A sinistralidade rodoviária e o número de mortos e feridos resultantes de acidentes de viação em 2020 diminuíram cerca de 26%, comparativamente ao ano anterior, uma tendência de descida que se manteve no primeiro trimestre deste ano 2021.
Os dados foram divulgados hoje pela PSP à agência Lusa, num balanço da sua atividade de fiscalização rodoviária, em Portugal continental e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, durante todo o ano de 2020 e o primeiro trimestre de 2021.
Em comunicado, a PSP dá conta de uma “importante redução de todos os indicadores” em 2020, face a 2019, com menos 29 vítimas mortais, menos 193 feridos ligeiros e menos 5927 feridos graves.
A nível nacional registou-se uma quebra de 27,1% de acidentes de viação com mortos, de 24,6% de acidentes com feridos e de 26,5% de ocorrências de sinistralidade rodoviária. Esta diminuição verifica-se num contexto de reforço das ações de fiscalização, imposto pelos Estados de Emergência decretados, explica a PSP.
Assim, em 2020, foram realizadas 23 743 operações de fiscalização rodoviária e fiscalizados 1 215 432 condutores, superando o registo de 23 636 operações e 911 636 condutores controlados em 2019.
Em termos de acidentes rodoviários, foram registados 44 583, dos quais 11 680 acidentes, resultaram em 78 vítimas mortais, 593 feridos graves e 13 141 feridos leves.
Os distritos e regiões com maior prevalência de acidentes em 2020 foram, por ordem decrescente, Lisboa (13 145), Porto (8159), Setúbal (3326), Açores (2872), Braga (2748) e Madeira (2460).
Do total de vitimas mortais resultantes destes acidentes, 64 registaram-se em Portugal continental, 8 na região autónoma da Madeira e 6 na região autónoma dos Açores.
Em comparação com o ano de 2019, a PSP regista globalmente uma redução de todos os indicadores, sendo Beja a única região do país que teve um aumento, com mais 29 acidentes, comparando com os 213 registados em 2019.
No que respeita a vítimas mortais, na comparação dos registos de 2019 e 2020, verificou-se um aumento em Lisboa e Setúbal (com mais 3 mortos cada), Castelo Branco e Faro (mais 2 cada), com todos os outros distritos e regiões a diminuir globalmente todos os registos, potenciando a quebra global.
Temporalmente, as maiores descidas em comparação com os meses homólogos de 2019 foram verificadas entre março e julho e de outubro a dezembro.
Quanto à tipologia de acidentes, não se registaram variações, mantém-se em 2020 a prevalência das colisões (35 688, de que resultaram 27 mortos, 235 feridos graves e 7653 feridos ligeiros).
Seguiram-se os despistes (6278, com o registo de 33 mortos, 174 feridos graves e 3.179 feridos ligeiros) e os atropelamentos (2617, com 18 mortos, 184 feridos graves e 2309 feridos ligeiros).
Ainda comparativamente com o ano anterior, o atropelamento foi a tipologia de acidente com maior diminuição (-36%), seguida da colisão (-27%) e do despiste (-15%).
Esta tendência de diminuição da sinistralidade e das consequências diretas nas pessoas mantém-se em 2021.
No primeiro trimestre deste ano, comparando com o período homólogo, verifica-se novamente uma diminuição de todos os indicadores: 8385 acidentes (menos 4101), de que resultaram 17 vítimas mortais (menos 3), 119 feridos graves (menos 22) e 2370 feridos ligeiros (menos 1274).
Avaliando a variação do total de sinistros e dos sinistros com vítimas, as maiores diminuições são verificadas em Lisboa (menos 1363 e 445, respetivamente), Porto (menos 839 e 178) e Setúbal (menos 331 e 85).
Em termos de mortes, as maiores variações verificaram-se em Castelo Branco e Leiria (menos 2 vítimas cada, passando para um registo sem mortos), com um único aumento (Aveiro, que registou 2 mortos quando havia registado 1 no mesmo período do ano passado).