A cidade de Portalegre acolheu esta quarta-feira (19 de setembro), o 2º Congresso Melhor Alentejo, que congregou dirigentes, autarcas e governantes com o objetivo de debater os problemas do Alentejo, nomeadamente ao nível da demografia e das acessibilidades.
Sob o mote «Juntos somos Melhor Alentejo», contou com a presença do Presidente da República, e dos ministros do Ambiente e das Infraestruturas.
Em declarações a esta estação emissora, Adelaide Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Portalegre, afirma que o “Alentejo tem sido muito descurado nos últimos anos” em termos de investimento por parte do Governo.
A construção da Barragem do Pisão foi um dos temas centrais deste congresso, sendo que a autarca defende as mais-valias que esta traria ao desenvolvimento da região, para além do regadio, nomeadamente como reserva de água e em termos de “atratividade turística”.
Com um investimento necessário na ordem dos 100 milhões de euros, declara que “sozinhos não o conseguimos fazer”.
“Pergunto, há quanto tempo não existe um grande investimento no Alto Alentejo?”
Apesar de o discurso de João Matos Fernandes, Ministro do Ambiente não ter sido reconfortante para os autarcas, em declarações à comunicação social o governante afirmou que, considerando que surge como uma das principais preocupações dos autarcas da região, será considerado pelo Governo – “ele voltou um bocado atrás e, portanto, ainda não fechou completamente a porta”, considera Adelaide Teixeira.
A presidente de Portalegre aponta que existe uma recorrente falta de investimento nas infraestruturas do Alto Alentejo, surgindo Portalegre, por exemplo, como “a única capital de distrito que não tem uma autoestrada”, nem beneficia das mais-valias para as empresas e indústrias daí avindas.
Questionada se a única solução para a construção da Barragem do Pisão seria a sua integração no Plano Nacional de Investimento, aponta que esta infraestrutura foi apresentada no PNPOT (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território), com aval dos “15 autarcas da CIMAA, mesmo aqueles que não vão usufruir diretamente”.
“Precisamos que o Estado nos apoie, porque sozinhos não conseguimos”
Relativamente ao discurso do Ministro do Ambiente em que este referiu que o despovoamento irá continuar nos próximos 20 anos, a autarca refere que estatisticamente, o mesmo se verifica em todo o país. Urge assim “sermos reativos” para “contrariar esta tendência”, criando investimento, e considerar alternativas como “a vinda de imigrantes”.
A autarca conclui, referindo a qualidade de vida e segurança da cidade, onde o turismo tem ajudado ao desenvolvimento, com a quebra da sua sazonalidade.