O presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá diz desconhecer até ao momento a decisão da Comissão Europeia, que aprovou a comparticipação financeira de 136 milhões de euros, desbloqueando esta verba do Fundo de Coesão, através do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), para serem aplicados em dois projetos da ligação ferroviária Sines/Elvas, passando por Évora, temendo “que o anúncio possa vir a ter outras condicionantes que poderão alterar a nossa perspetiva”.
O autarca, em declarações à Rádio Campanário, refere que “a ligação Sines-Évora-Badajoz, passando por Elvas é a nosso ver uma ligação absolutamente fundamental para o país e para a própria Espanha e para a Europa”.
Carlos Pinto de Sá espera “que dê uma contribuição para o desenvolvimento do Alentejo e é uma boa notícia que a Comissão Europeia tenha reconhecido que esse eixo é um eixo fundamental para a Europa e naturalmente para Portugal e para a região”.
“Neste momento não se conhece de que forma será paga a outra parte que porventura não esteja financiada pela União Europeia, havendo constrangimentos que são conhecidos em termos de orçamento, é importante que o Governo Português clarifique como é que isso vai ser feito, que não passe apenas de um anúncio em período pré-eleitoral, convém ver como é que se vai concretizar o projeto”, refere.
O presidente da Câmara Municipal de Évora realça, “a região tem também que beneficiar desse trajeto, não podemos ter uma linha direta que não tenha em consideração que Évora é o grande centro económico do Alentejo, que Elvas ha-de ter as pirações desse ponto de vista económico e portanto a linha deve ter em conta esta região e em particular estes centros”.
Questionado, Carlos Pinto de Sá considera que não têm existido grandes contatos com a Refer, “temos transmitido ao Governo as nossas preocupações relativamente a esta matéria e a nossa reivindicação da importância se decidir no âmbito dos investimentos estruturantes do país, de forma a que este seja calendarizado e executado”.
O projeto contempla uma linha ferroviária moderna para transporte de mercadorias entre o porto de Sines e a fronteira em Elvas e já dispõe da comparticipação comunitária para avançar na parte das obras até Évora, que aguardavam luz verde do Fundo de Coesão.
A verba destina-se a comparticipar um investimento total de 267 milhões de euros. Com este dinheiro será construída a segunda fase da variante de Alcácer do Sal e também será modernizado o troço da linha que liga Bombel e Vidigal a Évora.
