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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Que todo o património se converta em riqueza e em desenvolvimento para o nosso concelho”, declara Manuel Condenado sobre o colóquio “Turismo e Desenvolvimento em Espaço Rural – Desafios do Portugal 2020” (c/som e fotos)

Vila Viçosa acolheu este sábado, dia 9 de abril, o Colóquio “Turismo e Desenvolvimento em Espaço Rural – Desafios do Portugal 2020”.

O evento decorreu no Auditório do Museu do Mármore, em Vila Viçosa, e teve como objetivos primordiais, o debate e a análise da sociedade rural no âmbito local e regional, e o envolvimento da comunidade local, institucional e científica no âmbito da temática relacionada com as novas expressões e as mudanças do turismo e do desenvolvimento em áreas rurais.

A iniciativa contou com a opinião de alguns dos mais prestigiados especialistas, investigadores e académicos, com vasta obra publicada sobre esta problemática e de comprovado prestígio e competência científica e académica, nomeadamente do Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Manuel Condenado, Luís Nascimento, Vice presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, António Ceia da Silva, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo / Ribatejo, Roberto Grilo, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Ana Firmino – FCSH/UNL, Ruben Martins da Universidade de Évora, João Belchiorinho, Thomas Kleba da Coudelaria Vila Viçosa e João Ralão Duarte, Secretário-geral da Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano.

A Rádio Campanário acompanhou os trabalhos e falou com o Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Manuel Condenado que salientou a importância do colóquio e do espaço onde se realiza e “o que se pretende é reunir políticos, técnicos e a população em geral, agentes turísticos. Tivemos a felicidade de contar com pessoas importantes nestas áreas para discutir as questões do desenvolvimento ligado ao turismo. A autarquia está a fazer uma aposta muito forte nesta área tendo por âncora a candidatura de Vila Viçosa a Património da Humanidade. Estão criadas expetativas importantes no sucesso desta iniciativa, esperemos que em breve possamos dar boas notícias sobre esta matéria”.

Manuel Condenado diz que o colóquio é importante porque “visa refletir sobre as questões do património local, os valores plurais e a riqueza patrimonial de Vila Viçosa e que todo esse património se converta em riqueza e em desenvolvimento para o nosso concelho”.

Questionado sobre as medidas que pensa tomar para articular o setor dos mármores, o património da Fundação da Casa de Bragança e as potencialidades do turismo rural, o autarca refere que “sem a participação de todos, todos os esforços se tornam inúteis, a autarquia tem aqui um desiderato, um papel importante a desenvolver na coordenação de todos os agentes, (…) de forma a que possamos atrair mais turistas e que os turistas permaneçam mais tempo em Vila Viçosa e daí resulte riqueza e mais desenvolvimento para o concelho”.

Instado sobre se o projeto da Pedreira da Gradinha possa vir a avançar por via do financiamento deste quadro comunitário, Manuel Condenado diz que “a autarquia já começou a dar passos nesse sentido visto que já foi aprovado um plano de ação de regeneração urbana com várias propostas de candidatura de alguns milhões de euros, mas é evidente que temos que ter consciência que não vamos obter financiamento nestes montantes porque as verbas disponíveis por todo o Alentejo são exíguas, mas foi referido que um desses projetos de potencial candidatura é na Pedreira da Gradinha (…) aguardamos que nos chamem, a nós e às outras autarquias, para que possamos concretizar os projetos e obter os financiamentos”.     

António Ceia da Silva, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo / Ribatejo, começou por saudar a iniciativa do município calipolense porque “é importante debater e refletir sobre temas tão importantes e falar sobre as dinâmicas de desenvolvimento tendo em atenção este quadro comunitário. Aquilo que hoje aqui se discute é a questão do turismo associado ao desenvolvimento rural, falar de turismo rural é falar um pouco de tudo, o turismo é o setor mais transversal que existe na sociedade, envolve todos os outros setores (…) importa aqui refletir que em vez de estarmos a inventar coisas novas, aproveitar ao máximo aquilo que existe”.

Acrescenta que em Vila Viçosa existe “um património fantástico, quer construído, quer imaterial. Importa renovar esse património. A candidatura que o município promoveu a Património da Humanidade, caso venha a ser conquistado, é muito importante e tem grande relevo para este importante centro no Alentejo”.

Instado, Ceia da Silva refere que a Turismo do Alentejo / Ribatejo apoia totalmente a candidatura, “estamos disponíveis para colaborar ativamente com a câmara municipal, não só para atingirmos a vitória como resultado final, mas também em toda a consequente ação que tem que ser feita para dinamizar este património elevado a património da Humanidade, que desejamos, em breve se já possível”.

O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, Roberto Grilo, quando questionado se esta região e o concelho de Vila Viçosa tem potencialidades para avançar e aproveitar os incentivos do Portugal 2020, refere que “é vital e está espelhado no programa de ação regional que está aprovado no Alentejo 2020, o nosso programa operacional regional que incorpora o Portugal 2020, o programa nacional que tem toda a estratégia que corporiza as estratégias regionais, a questão da ruralidade é fundamental e esta questão do turismo, que não apelidaria de setor, é muito redutor chamar ao turismo um setor, (…) é a complementaridade que está acima dos setores, agora não pode ser exclusiva”.

Quanto à disponibilização dos fundos, Roberto Grilo declara que “é óbvio que temos a temática bem prevista, sabemos os contributos que temos, quer para a atratividade do território, relativamente ao que é a desertificação das pessoas, a geração de atividade económica e o complemento da perda de rendimento que a agricultura tem vindo a gerar, há aqui um efeito indutor de desenvolvimento que esta atividade, que tem vindo aqui a ser apelidado de setor, e nesta vertente do espaço rural, é determinante para aquilo que é a recuperação, a ocupação do espaço e aquilo que é a atividade económica para a vivência nestes territórios”.

António Costa da Silva, o Deputado eleito pelo círculo de Évora do PSD à Assembleia da República, expressou que Vila Viçosa “dentro das suas áreas tradicionais, nomeadamente as temáticas que estão a ser abordadas relacionadas com o mármore”, não devem ser só associadas “à indústria extrativa, temos que associar toda uma envolvente de atividades e hoje foi muito bem recebido aqui, apelos como a investigação, desenvolvimento ecológico, aproximação da universidade, a questão do turismo, um excelente projeto, nomeadamente o Tons de Mármore, mas também um projeto de turismo de grande qualidade na região que foi financiado pelo Inalentejo (…) não nos podemos ficar só naquilo que é a matriz de construção ou a matriz de base. O grande pilar de Vila Viçosa é o mármore mas depois temos uma série de componentes que tem que ver com as questões da ruralidade, pequenos negócios, projetos que deem dinâmica à atividade, sobretudo em meio rural e temos um conjunto de investimentos que vão ser muito importantes para o território que estão associados ao PDR que são muito importantes para as micro iniciativas”.

Acrescenta que “era importante que esses instrumentos já estivessem todos disponíveis para os nossos agentes (…)”.   

À reportagem da Rádio Campanário o Deputado na Assembleia da República eleito pela CDU, João Oliveira, salientou que no colóquio foi feita “uma abordagem interessantíssima de conjugar uma riqueza imensa que esta região tem, e em particular Vila Viçosa, com aquilo que são particularidades que podem ser aproveitadas com os apoios que podem ser encontrados noutro lado, sobretudo no financiamento da União Europeia. Julgo que as várias perspetivas que aqui foram trazidas, quer do aproveitamento do património cultural, geológico e imaterial, que também aqui existe, e utilizando meios e recursos que a União Europeia põe à disposição do país e até capacidades próprias que nós temos, é uma linha indispensável para considerarmos o desenvolvimento da nossa região e em particular das regiões rurais”.

Acrescenta que das várias abordagens trazidas ao colóquio, “há um elemento que é comum e que deve ser valorizado, tudo isto é feito aproveitando os nossos recursos e as nossas capacidades e potencialidades, ou seja, aproveitando um caminho de desenvolvimento que não nos deixa nas mãos de outros (…)”.

O Diretor – Adjunto do Centro de Emprego e Formação Profissional de Évora do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), José Ramalho, declarou que foi com prazer que aceitou o desafio para estar presente no colóquio, “por duas razões fundamentais, a temática que está em cima da mesa e a temática fundamental para o desenvolvimento, aliar o desenvolvimento rural ao turismo“.

Assinala que do colóquio leva muitas ideias para apresentar numa reunião de trabalho a realizar na Câmara Municipal de Évora, “e uma delas é a formação profissional ligada à cozinha e à pastelaria, e quem sabe, não temos aqui um curso na área da pastelaria tradicional e doces conventuais”.

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