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Quercus alerta que a pandemia é um sinal para mudança de hábitos ambientais, e o Alentejo está incluído

A associação ambientalista Quercus considerou este domingo que a pandemia de covid-19 é uma expressão dos profundos desequilíbrios dos ecossistemas, perda de biodiversidade e um “grito” do planeta para o apelo aos hábitos de vida das populações.

De acordo com um comunicado divulgado pela associação de ambientalistas em que faz o balanço deste ano apontando os piores e melhores factos ambientais, e relativamente ao Alentejo, um dos ponto negativos apontados pela associação ambientalista visa o avanço da agricultura superintensiva (amendoal, olival) que, considera, destrutora de habitats e aumenta a procura de água “que não existe” para mais regadio.

“São vários os problemas ambientais que têm vindo a ser relatados devido ao avanço na instalação de monoculturas superintensivas principalmente no sul do país relacionadas com a contaminação do ar, dos solos e da água e diminuição de biodiversidade”, lê-se no comunicado, avançado pela Lusa.

A associação ambientalista ressalvou ainda a recuperação de espécies em perigo e o fim da apanha noturna da azeitona com máquinas em olivais superintensivos da região do Alentejo.

Segundo a Quercus, a “drástica” redução das emissões de gases de efeito de estufa, sobretudo pela diminuição do transporte aéreo, que teve como consequência imediata a melhoria da qualidade do ar foi um dos factos mais positivos de 2020.

Em contrapartida, e de forma negativa, a covid-19 impulsionou o aumento do recurso aos produtos descartáveis não recicláveis como luvas, máscaras ou fatos, entendeu.

“Com a argumentação da proteção contra a covid-19 foi adiado para 31 de março de 2021 a proibição do uso de copos, embalagens, talheres, palhinhas, pratos, tigelas e palhetas de plástico descartáveis, no setor da restauração e similares, o que é lamentável e injustificável”, frisou.

O facto de o eucalipto ocupar o segundo lugar, por espécie, da área florestal em Portugal Continental e contribuir, todos os anos, para incêndios de “grandes dimensões” com “grandes” impactos ambientais e sociais mereceu a reprovação da Quercus.

A redução de atividades de regeneração do território e a desmatação “indiscriminada” são outros dos factos negativos apontados pela associação, tal como o prolongamento da vida útil da Central Nuclear de Almaraz até outubro de 2028.

Nos pontos positivos, além da redução das emissões e melhoria da qualidade do ar, a Quercus apontou os avanços nas políticas sobre resíduos, nomeadamente o ecodesign e a redução de embalagens.

A Quercus destacou ainda o aumento da procura de produtos locais e biológicos, gerando uma aproximação entre produtores e consumidores, assim como uma maior aposta no turismo rural e de natureza.

Além deste balanço, a Quercus perspetivou 2021, ressalvando a presidência portuguesa da União Europeia e o “grande desafio” do Pacto Ecológico Europeu.

No contexto da Década do Restauro dos Ecossistemas 2021-2030 declarada pela ONU, a associação entendeu que se impõe “acima de tudo” inverter o ciclo de mais perturbação e destruição da natureza.

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