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Quinta-feira, Outubro 17, 2024

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Quercus contesta expansão do Aeroporto de Lisboa e defende “reaproveitamento do Aeroporto de Beja”

A Quercus, Associação Ambientalista,  considera que a opção de expansão do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) é um erro muito grave, que vem acentuar e agravar os índices de ruído e qualidade do ar da cidade de Lisboa.

A posição foi dada a conhecer através de um comunicado divulgado pela Quercus onde a Associação manifesta a sua posição referindo “ a fase de transição que o governo anunciou até à conclusão da construção da primeira fase do Aeroporto Luís de Camões, deve contemplar o uso e aproveitamento do Aeroporto de Beja, infraestrutura esta que se encontra pronta a entrar em uso, necessitando apenas da conclusão de acesso rodoviários (que se encontram interrompidos à aproximadamente 13 anos), e o reforço das conexões ferroviárias da Linha do Alentejo.”

No comunicado divulgado a Quercus  salienta ainda que “ o reforço e requalificação da linha do Alentejo entre Beja e Bombel, oferece uma série de vantagens que podem beneficiar a infraestrutura de transporte de Portugal, a economia, e a sustentabilidade ambiental.”

Alexandra Azevedo, presidente da Direção Nacional da Quercus sublinha a propósito desta questão “o reaproveitamento do Aeroporto de Beja, é a opção correta a adotar no período de transição que se vai iniciar, possibilitando a diminuição dos atuais 220 mil passageiros e 33 milhões passageiros ano do AHD, e que se encontra de forma clara em situação ilegal por estar fora das condições impostas pela licença atual (máximo de 180 mil movimentos ano e 16 milhões de passageiros).”

A Quercus, neste contexto,  voltar a relembrar “as exigências de  abandono dos voos para distâncias inferiores a 500/600 kms, optando pela alta velocidade da ferrovia; limitação da rota Lisboa-Tires (Cascais)/Tires-Lisboa em jato privado, tendo presente que esta rota foi, em 2022, a segunda com maior intensidade carbónica na Europa e a restrição forte dos voos através de jatos privados em geral, tendo em consideração que o uso deste meio, apresenta uma pegada de carbono fora de qualquer padrão de sustentabilidade ambiental, sem ignorar que este meio de transporte saí do contexto de transporte público. 

Considera igualmente  “que a população da cidade de Lisboa não pode continuar a ser sacrificada no que diz respeito ao seu bem-estar, devido à exposição ao ruído e emissões de poluentes gasosos, provenientes do AHD, o que se irá intensificar caso se verifique a expansão do aeroporto.” De referir que a ampliação do Aeroporto Humberto Delgado, a realizar-se, explica a mesma nota “ exige necessariamente um processo de Avaliação de Impacte Ambiental.”

“Tendo presente que o anúncio do governo relativo ao Aeroporto Luís de Camões foi acompanhado do anúncio da terceira travessia do Tejo, o que no entender da associação coloca também em análise a necessidade de complementaridade destas duas infraestruturas com a necessária execução da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid” acrescenta o comunicado da Quercus.

Raul Silva, vice-presidente da Direção Nacional da Quercus defende que  “A linha de alta velocidade Lisboa-Madrid é um projeto estratégico com potenciais benefícios ambientais, sociais e económicos significativos, com evidente enquadramento e num contexto de crescimento sustentável, e de redução de emissões de gases com efeito de estufa, com impacte positivo na qualidade de vida dos cidadãos,  fortalecendo a integração regional.”

Tendo presente que a construção de um novo  aeroporto vai significar o aumento da operação aeroportuária e com isso o aumento da pressão sobre a cidade de Lisboa, a Quercus considera imprescindível que a interconectividade com outros meios de transporte públicos seja garantida, no sentido de contrariar o previsível aumento do trânsito automóvel. Neste contexto, considera-se que a interconectividade com a rede do Metro de Lisboa deverá ser garantida com a terceira travessia do Tejo.

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