Realizaram-se esta quarta-feira, em Redondo, as Segundas Jornadas da Viticultura.
Uma iniciativa promovida pelo Município de Redondo e que juntou no auditório do Centro Cultural de Redondo muitos produtores de vinho, num setor que é de fulcral importância na economia do concelho.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com Rui Falé, um dos produtores do vinho Courelas da Torre, um vinho produzido em modo biológico, sobre a importância da iniciativa e do setor do vinho.
Rui Falé começou por nos referir “antes do vinho ser biológico a vinha assume um papel fundamental porque a vinha neste modo de produção assume determinadas características que serão sempre trabalhadas em função das condições climatéricas e que hoje em dia está cada vez mais em moda.”
Courelas da Torre certificou o seu primeiro vinho biológico em 2013. O responsável considera que este é um assunto que está na ordem do dia porque “os ciclos climatéricos estão a alterar-se , pelo que são questões sensíveis ; a sustentabilidade e a biodiversidade têm que ser respeitadas na vinha.”
Rui Falé sublinha ainda que o debate destas questões é fundamental para que “todos os produtores que estão neste momento a produzir de modo convencional se adaptem para uma produção sustentável”.
No que diz respeito à produção de vinho biológico e ao seu processo, Rui Falé esclarece “as vinhas podem ser trabalhadas mecanicamente” acrescentando que “a mecanização pode fazer parte de uma vinha para produção de vinho biológico; já na produção do vinho, tudo o que são produtos OMG ou genéticamente modificados não são admitidos e impedem a sua certificação como biológico.”
Questionado pela Rádio Campanário porque considera que o vinho biológico começa hoje a ter uma aceitação diferente, Rui Falé adianta “a partir do momento em que não se interfere no processo de produção do vinho com produtos OMG ou com exímios, leveduras ou produtos adaptados pelo homem, à partida a sociedade ganha como um todo e essa é a vantagem de os produtores ganham num novo mercado, o mercado da saúde.”
O desafio da viticultura são as castas. A este propósito o responsável pelo vinho Courelas da Torre sublinha “nós sabemos que dentro das castas que habitualmente são trabalhadas , no Alentejo e em Portugal, há umas que se adaptam melhor.” Para Rui Falé a viticultura em modo biológico tem “que selecionar muito bem as castas com as quais se devem trabalhar; no Alentejo, por exemplo, existem castas que nós sabemos à partida que se adaptam muito bem.”
“A orientação do terreno, a exposição solar, como a vinha vai ser conduzida, todos estes pontos têm interferência” acrescenta.
Apesar de todas as circunstâncias Rui Falé refere “o moreto é uma casta que se adapta muito bem ,a trincadeira também, o rabo de ovelha e o roupeiro também, entre outras; o importante é selecionar bem de modo a maximizar qualidade com produção.”