Um total de 22 refugiados ucranianos adultos vai começar a aprender a língua portuguesa, no dia 19 deste mês, no Agrupamento de Escolas Gabriel Pereira (AEGP), em Évora, revelou hoje uma responsável do curso.
A coordenadora do Centro Qualifica e do Departamento de Educação de Adultos do AEGP, Luísa Guerreiro, indicou à agência Lusa que os 22 alunos ucranianos vão formar duas novas turmas do curso de Português Língua de Acolhimento.
“Vamos começar com uma turma só de ucranianos”, num total de 15 alunos, e “outra com cerca de metade” das pessoas, sete, também vindas da Ucrânia, além de outros estrangeiros de várias nacionalidades, explicou.
Entre os 22 alunos ucranianos, precisou, existem três homens e os restantes são mulheres.
Segundo a coordenadora do Centro Qualifica e do Departamento de Educação de Adultos do AEGP, esta será “a única escola pública do distrito de Évora” a fazer o ensino de português para estrangeiros adultos.
Com a abertura destas duas, o AEGP aumenta para cinco o número de turmas constituídas por alunos estrangeiros adultos para a aprendizagem da língua portuguesa, neste ano letivo, referiu a responsável.
“Não costumamos abrir turmas nesta altura”, pois, “as pessoas, normalmente, procuram-nos no início do ano letivo, em setembro”, assinalou, atribuindo a elevada procura à chegada de refugiados ucranianos a Portugal, na sequência da guerra no seu país.
Perante o aumento de pessoas interessadas, o AEGP dirigiu um “pedido excecional” à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) para a abertura destas duas novas turmas, o qual foi aceite.
Questionada pela Lusa sobre a possível abertura de mais turmas para ensino da língua portuguesa a estrangeiros ainda neste ano letivo, a também professora respondeu que o AEGP vai “tentar dar resposta” à procura, mas vincou que “depende do número” de interessados.
De acordo com Luísa Guerreiro, o curso funciona em horário pós-laboral, na Escola Secundária Gabriel Pereira, com um total de 150 horas, distribuídas por aulas de três horas, que se realizam três vezes por semana.
“Eles têm um alfabeto diferente do nosso, usam o alfabeto cirílico e, normalmente, há um módulo só para esta parte e pode acrescer algumas horas por causa do alfabeto, porque a escrita é completamente diferente”, acrescentou.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou, pelo menos, 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Fonte: LUSA