A 18 de junho um surto de COVID-19 despoletou no Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), levando a que mais de cem pessoas, quer do lar, quer da comunidade ficassem infetadas com o novo coronavírus e levando ao óbito de 18 pessoas.
Atualmente, são 10 os casos ativos e há já 26 dias que não existem novos casos na região, estando a dois dias de se considerar o surto resolvido. Segundo a autoridade de Saúde Pública considera-se que um surto está extinto após 28 dias sem novos casos positivos COVID-19 relacionados com as cadeias conhecidas.
Em entrevista à RC o presidente do município, José Calixto, afirma que “Reguengos de Monsaraz não vai sucumbir a este problema, vamos ter que ter a capacidade de honrar os mortos, de desejar paz à sua alma, mas de continuar a vida que construímos até aqui e reerguer tudo aquilo que construímos e tudo o que faz parte da história do concelho”
Segundo o autarca é o momento de “dizer ao mundo que Reguengos de Monsaraz e o Alentejo são dos sítios mais bonitos para viver, para investir, para passear. Temos essa convicção porque temos um território que tem uma segurança das melhores que há no mundo, temos biodiversidade, respeito pela natureza, um património inqualificavelmente de valor e pessoas que são hospitaleira”.
Segundo José Calixto “é natural que antes da pandemia Monsaraz recebesse mais de 100 mil pessoas por ano e que tivéssemos progredido nos últimos 10 anos de meia dúzia de unidades turísticas para mais de 130”.
“Temos que afirmar, até à exaustão, que este surto fez uma eclosão forte numa instituição de apoio à terceira idade, mas que nunca esteve descontrolado em termos de comunidade”, frisa.
Sobre os autarcas espanhóis que a “determinada altura” pediram o encerramento das fronteiras, José Calixto afirma não perceber o porquê, “não somos irresponsáveis e se existisse um descontrolo da pandemia na comunidade, com certeza que éramos os primeiros a solicitar”.
No entanto, explica que, possivelmente “foi o desconhecimento da situação” e que houve “um pedido de desculpas da forma como as coisas aconteceram e ficou completamente sanado”.
Sobre a retoma do turismo na região após o surto, afirma que “há claros sinais de esperança”.
“O que temos de fazer agora é, com toda a força, planos de revitalização do território. Contamos no início do próximo ano ter a 5ª Convenção de Enoturismo, vamos acompanhar como é que a pandemia evolui no mundo, porque este é um evento de dimensão mundial. Temos previsto também um grande evento ligado à sustentabilidade e à volta do valor água, um evento mundial que está garantido o seu financiamento através de um projeto de promoção territorial aprovado e que se chama «Os valores da sustentabilidade». Iremos também ter toda a atenção para estar ao lado dos nossos agentes económicos numa situação que se passa por todo o país”, conta o edil.
Por fim, o presidente reguenguense afirma que “o povo de Reguengos de Monsaraz neste surto epidémico portou-se de uma forma exemplar”.
“A comunidade reguenguense passou maus momentos, também foi, por vezes, estigmatizada nalgumas instituições e conseguimo-nos unir para ultrapassar esses momentos difíceis. Óbvio que o que nos preocupou mais neste surto foi a situação complexa das famílias que perderam os seus entes queridos, numa forma que nenhum de nós queria e tivemos o máximo de cuidado de nos dirigirmos a essas famílias e transmitirmos a nossa disponibilidade para tudo o que for necessário, para além dos nossos profundos pêsames. (…) Iremos continuar a lutar para que esta crise se ultrapasse e para que Reguengos de Monsaraz saia fortalecido, embora com perdas irreparáveis”, termina.