A Rádio Campanário esteve na primeira grande entrevista com o Presidente José Calixto após o surto de Covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz.
O Presidente fala, à margem dos eventos que a pandemia do vírus SARS-CoV-2 trouxe para o Alentejo, acerca do endividamento e das finanças concelho no ano de 2020, e como isso não impediu o autarca de investir na criação de valor no seu município.
O Presidente começa por recordar que tomou uma autarquia que tinha 18 milhões de euros de endividamento. “Basicamente o que nós fizemos durante estes 12 anos foi a captação de recursos comunitários da melhor forma que conseguimos. E isso é expresso numa passagem dos ativos da Câmara de 25 milhões de euros, em 2019, para 70 milhões de euros agora.
O autarca refere que houve criação de valor através da requalificação de grande parte das estruturas educacionais, sociais e patrimoniais do concelho, “sem uma variação significativa no endividamento.”
Questionado acerca da variação da taxa de endividamento, o Presidente José Calixto esclarece que “iniciámos funções com cerca de 18 milhões de euros de endividamento e terminaremos os mandatos com um valor muito semelhante a esse”. O Presidente esclarece que terminará este ano com uma nova redução de 1 milhão de euros de endividamento.
No entanto, José Calixto adianta que nesta última década fez esforços para gerir a dívida e que, explica, “temos hoje uma planificação da dívida, em termos de endividamento bancário e de endividamento ao sistema de águas de Portugal, porque fizemos um investimento de 14 milhões de euros no início desta década.”
Este investimento fez com que a fatura das Águas de Portugal aos municípios descesse cerca de 30%. “A dívida que temos com as Águas de Portugal, cerca de 6 milhões de euros, teve a sua origem em factos que não têm haver com a gestão do município, mas sim com a deficiência da gestão das Águas de Portugal,” afirma o edil.
Em questão ao endividamento do concelho, o Presidente José Calixto assegura que existe uma gestão da dívida e esta não invalida a criação de valor no seu município.
“O endividamento do município não nos preocupa neste momento porque não põem em causa a capacidade de investimento do município”, explica. “Está gerida em valores e prazos adequados, e a prova disso é que o serviço da dívida tem valores residuais. Nós estamos com taxas médias de serviço da dívida abaixo dos dois pontos percentuais.”
José Calixto conclui que, “não aceito que se olhe de um lado do balanço que está estável, e não se olhe para os ativos do município, que significam qualidade de vida e criação de valor. Se nós estamos a criar condições para que se instalem novas empresas, para que o sector turístico tenha o desenvolvimento que tem e para que setor vitivinícola tenha os mercados que tem, é porque se calhar essa estratégia foi correta.”