O Ministério Público recebeu várias denúncias relativamente a irregularidades na contratação de docentes pela Universidade de Évora, tendo a instituição sido alvo de buscas no passado mês de abril.
Em declarações à RC, Ana Costas Freitas, reitora da Universidade de Évora, afirma não ter “medo que alguma coisa se descubra, não há nada”.
Sendo que já há denúncias desde “2014, quando eu fui eleita da outra vez”, aponta que não existe espaço para irregularidades, uma vez que o processo de contratação obedece a regulamentos, e envolvem decisões do Conselho Científico da Escola, um grupo de júris “maioritariamente de fora da instituição, por lei”, e o Conselho Científico Central.
Após abertura do processo, “o edital sai”, com as determinações para avaliação dos candidatos, estes são “seriados, o que fica em primeiro lugar é homologado pelo reitor”.
Questionada se este processo deixa margem para as situações denunciadas, a dirigente declara – “não faço ideia, porque não há nenhuma irregularidade”.
Mais aponta que “a opinião pública não sabe como afeta a contratação e pode achar que o reitor decide quem é que vem e isso não é assim […] nunca foi e cada vez há mais regulamentos”.
Havendo decisões que efetivamente são tomadas pelo reitor, passam geralmente pelo conselho de gestão, nomeadamente “quando diz respeito ao uso de dinheiros públicos”.
Aponta ainda que existem auditorias regulares por parte do Tribunal de Contas e das Inspeções Gerais da educação, ciência e finanças.
Apesar de admitir que as denúncias a incomodam “pessoalmente, em termos de instituição estou completamente sossegada”.
Ainda inquirida sobre eventualidade de as denúncias terem partido de docentes que não conseguiram colocação na instituição, afirma que “fazer denúncias anónimas é uma coisa que não entra no meu esquema mental”, pelo que “não considero nada, não faço ideia nenhuma”.