Depois de dois anos de interregno causados pela Pandemia de Covid-19, o Festival do Crato está de regresso à vila alentejana do distrito de Portalegre. Esta pausa de dois anos é, para Joaquim Diogo, presidente do município, algo “estimulante“. “Parece que estamos a organizar pela primeira vez o Festival” que, na verdade, já vai para a 36.ª edição e coloca o Alentejo na rota dos principais festivais de verão.
A vila do Crato já está em countdown para o Festival que anima e revitaliza a economia local e distrital, de 23 a 27 de agosto. Este é um festival onde todos saem a ganhar, desde o setor da restauração à hotelaria, e a prova disso é que, neste momento, de acordo com Joaquim Diogo é praticamente impossível reservar um alojamento para estas datas no distrito de Portalegre, o que demonstra a dimensão que este festival tem ou não fosse “o maior festival de música do Alentejo.“
“O festival funciona como um balão de oxigénio para o resto do ano. As pessoas conseguem, aqui, realizar uma ‘almofada financeira’ substancial que permite uma estabilidade muito importante para fazer face às épocas menos atrativas no nosso território.”
A poucos dias de mais uma edição, o presidente da Câmara Municipal do Crato assegurou à Rádio Campanário que “está quase tudo pronto“, faltando apenas limar “uns pequenos pormenores“, “para receber os visitantes deste festival com todo o conforto e toda a qualidade.“
O Festival do Crato tem “uma mística” especial na opinião de Joaquim Diogo, por se tratar de um festival destinado a diferentes faixas etárias e que agrada desde os 8 até aos 80 anos. Para lá da forte aposta em artistas portugueses, o município do Crato apostou, este ano, em forte na internacionalização com a contratação de Jessie J que atua no dia 26 de agosto. Diretamente do Brasil para o Alentejo chega, no dia 23, Paula Fernandes e, um dia depois, é a vez do seu conterrâneo, Gabriel O Pensador pisar o palco do Crato com Carlão. Ainda no plano de música internacional, no dia 25 de agosto atuam os The Happy Mess e os The Jesus and Mary Chain encerram o Festival do Crato a 27 de agosto.
Joaquim Diogo enfatiza, também, a presença dos portugueses Dillaz, Dino D’Santiago e Miguel Araújo que, consigo, trás os convidados Ana Bacalhau, António Zambujo e César Mourão para um espetáculo “único e nunca antes visto“, garante. E porque a festa se prolonga, pela noite fora, o município concebeu um programa de After Hours, do qual Joaquim Diogo destaca a presença, no dia 27, da dupla de Deejays israelitas Vini Vici.
Para lá da vertente musical, a vila do Crato vai receber também diversas mostras de artesanato, com artesãos a trabalhar ao vivo, mas também momentos pautados por homenagens ao património alentejano.
No que diz respeito ao orçamento do Festival, o edil do Cravo referiu que a Câmara já executa o Festival de uma forma “muito profissional“, o que tem permitido torná-lo cada vez mais auto sustentável do ponto de vista financeiro. A consolidação do Festival do Crato, ao longo de 36 anos, tem levado a que diversas marcas se associem e patrocinem o evento o que, a somar ao valor da bilheteira, equilibra a balança de contas do Festival.
“O Crato é reconhecido por todos como uma terra que sabe receber muito bem e que cria espetáculos completamente diferentes.”
Um dos segredos para o sucesso do Festival do Crato está no facto, desta iniciativa, ser planeada e executada com unanimidade, mas, mais do que isso, foi o empenho e a dedicação de muita gente, ao longo de vários anos, que tornaram o Festival do Crato na marca conhecida e reconhecida que ele é hoje, garantiu o autarca.