Decorre este fim de semana, no Parque de Feiras e exposições de Montemor-o-Novo, a 19ª edição do Festival de Sopas.
O evento, realizado anualmente pela Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, pretende dar visibilidade à restauração local e ao mesmo tempo promover o melhor da gastronomia do concelho, através da utilização dos produtos endógenos.
Neste certame podem ser degustadas as mais diversas sopas alentejanas e num dos expositores presentes, encontrámos uma das sopas mais características do Alentejo: a Sopa Rica de Entulho.
Esta sopa remete-nos para outros tempos pois era a sopa consumida especialmente para quem trabalhava no Campo e servia para repor energias depois de trabalhos forçados nas lides diárias.
Era também a sopa que se fazia com o que havia em casa, noutros tempos onde o dinheiro não abundava mas era preciso aconchegar a “barriguinha”.
A Rádio Campanário falou com Gisela Robalo, responsável pela confeção desta sopa na Tasquinha marialva e que nos falou sobre a história desta sopa e a sua importância ao longo dos anos, assim como o que exige a sua confeção.
A Sopa Rica de Entulho conta “era uma sopa que era feita com tudo o que tinham em casa, toucinho, enchidos, e juntavam massa, couve, batata, tudo o que existia na horta na altura” acrescentando era uma sopa rica “que enchia quando se tinha fome”.
A Sopa de entulho , consistente, diz Gina “era uma sopa que valia por uma refeição, acompanhada sempre de pão alentejano”.
Confecionada especificamente para este festival das Sopas, Gina Robalo está expetante para perceber a opinião dos clientes “estou curiosa para saber se as pessoas querem recordar o antigamente.”
Para a confeção desta sopa é necessário “pernil de porco, farinheira, linguiça; depois destes ingredientes cozidos, leva batata, cenoura, nabo, couve, ervas de cheiro, tudo a cozer e depois leva massa.”
A Sopa Rica de entulho revela-se num verdadeiro despertar de memórias “aconchega o estômago e o coração e faz-nos recordar outros tempo.”
Para além da Sopa Rica de Entulho existem opções como “a caldeta de bacalhau com poejo, a canja de meada e tomatada tradicional alentejana” referiu ainda a cozinheira de serviço.
