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Revolução na Construção: Tijolos Ecológicos de Cânhamo do Alentejo

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Na freguesia alentejana de Colos, situada no concelho de Odemira, está a florescer uma inovação transformadora no setor da construção civil. Uma equipa de visionários composta por Elad Kaspin e Khalid Mansour, impulsionados por uma paixão pela sustentabilidade ambiental, lançou a Cânhamor em 2021, uma empresa pioneira na produção de um material de construção ecologicamente responsável. Este material, conhecido como ECOBlocos, é feito a partir de cânhamo, uma planta que se destaca como uma das maiores sequestradoras naturais de carbono, juntamente com argila e cal, substituindo o tradicional betão em projetos de construção.

Os ECOBlocos são uma lufada de ar fresco no mundo da construção. Além de serem uma opção amiga do ambiente, possuem características notáveis de resistência, estética e funcionalidade. Com propriedades isolantes e capacidade de autorregulação térmica, esses tijolos mostraram-se altamente eficientes no aquecimento e refrigeração de edifícios. Embora estejam apenas agora a ser produzidos na Península Ibérica, os ECOBlocos conquistaram rapidamente os corações (e os canteiros) dos construtores em toda a Europa.

O que torna a Cânhamor ainda mais excepcional é o seu compromisso em controlar todo o processo produtivo. Com a instalação de uma decorticadora de cânhamo na nova fábrica em Ourique, com inauguração prevista para o final deste ano, a empresa será capaz de supervisionar cada etapa, desde a colheita da planta até à fabricação dos tijolos. Esta integração vertical permitirá um aumento significativo na produção e marcará a Cânhamor como a única empresa na Europa a dominar ambas as fases.

Frederico Barreiro, diretor comercial da Cânhamor, prevê que esta expansão também alargará os horizontes de vendas da empresa. Enquanto os ECOBlocos já foram reconhecidos e certificados por instituições de renome, incluindo o ATLAS dos Materiais e Ofícios da Construção da Ordem dos Arquitetos e o Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção (Itecons), a empresa está agora pronta para atingir o mercado internacional.

Além da inovação no setor da construção, a Cânhamor está a cultivar relações colaborativas com agricultores locais, oferecendo um programa de parceria para incentivar o cultivo sustentável de cânhamo em solo português. Isso não só contribui para a economia local, mas também elimina a necessidade de importações. Com um olhar otimista para o futuro, Frederico Barreira destaca o potencial do cultivo de cânhamo em Portugal, sublinhando os esforços da Cânhamor em impulsionar este setor com parcerias de compra comprometidas.

À medida que Portugal se afirma como líder na produção de materiais de construção ecologicamente responsáveis, a Cânhamor está na vanguarda dessa revolução. Com os ECOBlocos a prepararem-se para viajar para além das fronteiras do Alentejo e conquistar o cenário internacional, o país está a pavimentar o caminho para um futuro mais sustentável na construção civil e na agricultura.

 

 

 

Fonte: dinheiro vivo

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