O Dia de Todos os Santos, celebrado a 1 de novembro, tem como objetivo recordar que “todos somos chamados à santidade”, de acordo com o liturgista João Peixoto. Numa entrevista à Renascença, o sacerdote explicou as origens desta celebração e do Dia dos Fiéis Defuntos, que ocorre a 2 de novembro.
O padre da Diocese do Porto enfatizou a importância deste dia para a Igreja Católica, considerando-o uma “solenidade, o grau supremo da festividade na nossa Igreja Católica, no nosso rito romano”. Para a Igreja em Portugal e em muitos países de tradição cristã, é um dia de preceito, o que significa que os cristãos participam na missa para serem santificados e dar glória a Deus.
A celebração do Dia de Todos os Santos começou no século IV no Oriente e no Ocidente, três séculos depois. As igrejas orientais começaram a celebrar todos os santos, especialmente os mártires, no contexto da Páscoa do Senhor. No Ocidente, no início do século VII, a dedicação do Panteão como um lugar de culto cristão contribuiu para a dimensão da celebração.
A data de 1 de novembro foi adotada pela primeira vez em Inglaterra no século VIII e depois pelo Império de Carlos Magno. Tornou-se obrigatória em todo o reino dos francos e, posteriormente, em toda a Igreja. A festa celebra os santos canonizados e não canonizados, enfatizando as bem-aventuranças, conforme o Evangelho do dia.
O Dia de Fiéis Defuntos, a 2 de novembro, é uma celebração diferente, mas complementar. A Igreja nunca deixa de recordar os fiéis falecidos, marcados pela fé, em todas as celebrações da Eucaristia. Esta tradição de dedicar um dia à oração pelos defuntos começou no ambiente monástico e foi Santo Odilão, abade de Cluny, que no final do século X determinou que todos os mosteiros da sua ordem celebrassem todos os Fiéis Defuntos no dia seguinte à Solenidade de Todos os Santos.