No próximo dia 13 de outubro são as eleições para as cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), nomeadamente, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
No entanto, no Alentejo, contrariamente ao que acontece nas restantes CCDR são dois os candidatos a presidente: António Ceia da Silva, atual presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, e Roberto Grilo, atual presidente da CCDR Alentejo.
O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), Salvador Malheiro, esteve este fim de semana de visita ao distrito de Évora e, à margem das visitas, falou à RC sobre as eleições para a CCDR Alentejo e a intenção de Rui Rio ao concordar com António Costa na existência de um candidato do PS, nomeadamente Ceia da Silva.
Sobre o acordo entre os dois líderes dos partidos refere que “permitiu ao PSD ter uma implantação em todas as regiões de Portugal em condições que noutra situação seriam desfavoráveis”.
Quanto às duas candidaturas explica que no âmbito do acordo entre Rui Rio e António Costa “foi conseguida uma representação global, mas infelizmente o Alentejo não teve a oportunidade do PSD ter os seus representantes. Compreende-se porque há aqui uma hegemonia do Partido Socialista e do Partido Comunista e, portanto, não houve condições para aquele que era um objetivo inicial”, o de existir um vice-presidente “no âmbito do acordo”.
“Estão agora duas candidaturas, mas foi algo que ambos os líderes tinham noção que poderia acontecer porque não se tendo chegado a um acordo para o Alentejo e sabendo do trabalho de campo e de todo o trabalho de proximidade que tinha sido feito no passado pelo presidente da CCDRA, Roberto Grilo, poderia haver esse risco”.
António Ceia da Silva parte para esta campanha apoiado pelo Partido Socialista, porém Roberto Grilo candidata-se como independente.
Para Salvador Malheiro “o PSD sozinho, tendo o apoio dos seus autarcas, nunca conseguirá eleger um presidente”. Então, sobre esta candidatura independente de Roberto Grilo, crê que “a ser eleito irá contar com o conforto e o apoio de muitos autarcas de outros partidos, designadamente do PS e do PCP” e não acha ser “justo” que a possível vitória da candidatura seja “conotada” ao PSD.
“Se conseguir será um vitória dele, naturalmente que todos os autarcas do PSD se reveem no seu presidente, mas isso só será possível se houverem muitos comunistas e muitos socialistas a votarem nele e espero que isso aconteça”.
Recorde-se que, no próximo dia 13 de outubro um colégio de 1.263 autarcas, dos quais 270 pertencem a câmaras municipais, vai eleger em 13 de outubro o novo presidente da CCDR do Alentejo. E, em simultâneo, decorre o ato eleitoral para um vice-presidente, nas instalações das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas.
Até agora os presidentes das cinco CCDR – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve – eram nomeados pelo Governo. Os mandatos para os presidentes e vice-presidentes das CCDR serão de quatro anos e a respetiva eleição decorrerá nos 90 dias seguintes às eleições para os órgãos das autarquias locais. No entanto, excecionalmente, este ano decorrerão em outubro e o mandato será de cinco anos, para que os novos eleitos possam acompanhar as negociações dos fundos estruturais que estão a decorrer com Bruxelas.