O impacto da inflação faz-se sentir nos bolsos de todos os cidadãos, quer seja para o consumidor final que compra quer seja para os produtores. Neste último caso, a Rádio Campanário foi conhecer a situação dos agricultores no Alentejo junto do Engenheiro Rui Garrido, presidente da Associação de Agricultores do Sul, entidade organizadora da Ovibeja.
O aumento “brutal” dos fatores de produção é algo que, desde há algum tempo, tem vindo a ser alertado por várias associações representativas dos agricultores em Portugal como é o caso da ACOS. Rui Garrido afirma que, neste momento, o maior aumento sentido é nos cereais e que muito se deve à situação de guerra, no entanto, afirma que, na região do Alentejo, as explorações pecuárias são as mais afetadas, uma vez que o aumento do valor das rações limita os agricultores.
Mas nem só o valor da ração para alimentar o gado preocupa Rui Garrido que garante que, derivado à situação de seca, “provavelmente vai faltar água para o abeberamento dos animais e esse será um outro problema acrescido“.
O aumento dos custos da eletricidade e dos combustíveis, também sentidos pelos agricultores, conduzem à subida de preços para o consumidor final.
No que diz respeito aos apoios, Rui Garrido afirma que “já saiu um despacho para dar uma pequena ajuda às explorações de aves e de porcos intensivos” e apela ao Governo que ajude diretamente os agricultores, uma vez que, com a situação da seca e do aumento dos fatores de produção, se “está a viver um drama, um filme de terror“, conclui.
