D. Catarina de Bragança, rainha de Inglaterra, foi tema central de uma conferência que decorreu sábado, dia 20 de outubro, no Palácio de Vila Viçosa, que teve por base “um caderno de curiosidades”.
O conferencista José Miguel Torrejón, da Queens College de Nova Iorque, afirma à RC que as leituras têm a rainha como “protagonista”, permitindo conhecer ainda melhor esta personagem da história de Portugal e da Europa.
Casamento de D. Catarina e D. Carlos II “foi o mais importante do seu século”
Para além da política, os documentos revelam de si uma nova faceta que não lhe estava associada, de um “erotismo desmesurado em certas partes”, aponta.
Sobre o casamento de D. Catarina de Bragança com D. Carlos II, Rei de Inglaterra, o estudioso afirma ser “o mais importante do seu século, mais rico […] e teve consequências políticas importantíssimas”, não tendo dito, contudo, as “que se esperava” para o país.
A esta estação emissora, Maria de Jesus Monge, diretora do Museu-Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança, explica que na conferência “saímos um pouco daquele mito da jovenzinha que vai para se casar com um rei, da história de príncipes e princesas, para o aspeto político”.
“Aquilo que é de realçar é a longevidade que uma mulher que teve grande atividade política”
Sobre D. Catarina de Bragança destaca “o facto de ter protagonizado este casamento de grande importância política e geoestratégica para o país”, com efeito naquilo “que é a política mundial de influência anglo-saxónica […] e esse aspeto é muitas vezes menorizado”.
Os vários textos abordados na conferência, “aparentemente pouco têm a ver uns com os outros”, indo “desde a poesia lírica, até outros aspetos bastante mais escatológicos, inclusive eróticos” […] “revelam muito do que era a sociedade da época”.
“D. Catarina é um nome que todos associam a esta casa, mas que nos revelou hoje uma faceta menos conhecida”
Esta variedade, considera, “será eventualmente a razão porque têm sido tão pouco estudados até agora”, uma vez que “reúnem várias áreas” que “eventualmente assustam o especialista que prefere terreno mais seguro”. A diretora considera necessário “ter algum arrojo para avançar para tantas incógnitas”.
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