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Santa Eulália: “Havendo outras culturas mais rentáveis, naturalmente, que os agricultores optam por fazê-las em detrimento dos cereais,” disse Luís Capoulas Santos (c/som e fotos)

A propósito da 34ª Assembleia Geral do Clube Português de Cereais de Qualidade o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural visitou, esta sexta-feira, 3 de junho, as instalações da Cersul- Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, em Santa Eulália, bem como alguns campos de produção cerealífera.

A sessão contou com  a participação de vários empresários do setor  provenientes da zona Sul do país e de França.

A Rádio Campanário esteve no local e falou sobre as medidas que estão a ter tomadas para apoiar este setor que nos últimos anos tem perdido  expressividade ,com o ministro da Agricultura,Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, que nos disse “ uma vez que a política agrícola comum tem sido cada vez mais orientada para o mercado, ou seja, foi tirando as ajudas a culturas específicas sendo que no que diz respeito a preços de mercado , os preços europeus e mundiais são muito baixos, pelo que é muito difícil conseguir produzir em Portugal de forma competitiva com esses preços”.Sublinhando que “é necessário que o setor disponha de alguns apoios que existem, como os apoios neste momento por superfície, portanto, os agricultores têm o chamado regime de pagamento base, que atribuí uma ajuda por hectar, independentemente da cultura que se faça”.

Salientando que “ havendo outras culturas mais rentáveis ,naturalmente, que os agricultores optam por fazê-las em detrimento dos cereais e é por isso que em termos globais Portugal só aprovisiona ,incluíndo o milho, cerca de 25% das suas necessidades “.Acrescentando que “ tudo aquilo que possamos ir além disso estamos a reduzir importações e estamos a evitar que saíam divisas”.

Luís Capoulas Santos adiantou-nos ainda que “ a minha estadia aqui é uma demonstração do apreço que tenho pelos cereais , por aqueles que insistem em continuar a produzir  e em tudo fazer para que através de conhecimento, de mais tecnologia seja possível reduzir custos, aumentar produções por forma a que os cereais possam voltar a ocupar em Portugal o espaço que o país necessita”.

No que concerne ás propostas e ás medidas a implementar neste setor referiu que “ neste momento há um conjunto de medidas que estão em execução que decorrem das políticas europeias ,portanto, a PAC entrou em vigor em 2014 , foi elaborado um programa de desenvolvimento rural ainda pelo governo anterior que definiu um conjunto de medidas e portanto ,até 2020, são essas as medidas que temos que executar”. Destacando que “ a partir do próximo ano começa a discussão da nova forma para o período pós 2020 e acho que é no contexto dessa negociação que nos devemos concentrar para encontrar medidas adicionais que venham colmatar aquelas que neste período que está a decorrer não foram contidas, mas apesar disso existem algumas medidas no PDR(…) que são apoios para os produtores em geral”.

 

Segundo o presidente do Clube Português de Cereais de Qualidade, Fernando Carpinteiro Albino, na 34ª Assembleia Geral da instituição “ o tema serão os cereais dos quais comemos o pão, comemos as massas e bebemos a cerveja,  são coisas que nós hoje em dia importamos quase a 90%, temos que terminar com isto”. Realçando que “ temos que fazer mais cereais (…) e chamar a atenção da sociedade, da saciedade e da sociedade civil ,portanto, é absolutamente imperioso que olhem para os cereais de outra maneira”.

Sobre o pedido dirigido ao ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural garantiu que “ os apelos são constantes, é olhar para esta temática, que é para todos nós portugueses muito importante, com mais atenção”. Asseverando que “ o pão, a cerveja e as massas alimenticias  não se fazem nos supermercados , fazem-se no campo e nós temos campo para as fazer”.

 

Quanto ás expetativas desta visita do governante, o presidente do Conselho de Administração da CERSUL, Luís Bulhão Martins, expressou que “ são de melhorar o funcionamento deste tipo de estruturas que são organizações da produção, fomentar a concentração da oferta e agilizar de modo a que essa concentração da oferta nos saía mais barato”. E ainda “ criar um conjunto de medidas que seja específico para este tipo de organizações que são instrumentos fundamentais para o funcionamento correto do mercado nos dias de hoje “.

Pronunciando –se ainda sobre os desafios da competitividade, afirmou que “ há imenso a fazer (…) há que concentrar, há que formar unidades grandes e fortes que se possam dotar de meios profissionais para competir no mercado”.

 

Para além da visita a quatro  campos de produção o ministro da Agricultura,Florestas e Desenvolvimento Rural visitou o Forte de Nossa Senhora da Graça, em Elvas. 

 

 

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