No desenvolvimento do assunto do Novo Aeroporto, Alcochete tinha ganho força, mas Vendas Novas (que já foi Pegões) ganha agora uma “força ambiental”.
Se a decisão do novo aeroporto de Lisboa, recair em Alcochete, levanta preocupações significativas devido ao impacto ambiental, nomeadamente o abate de mais de 250.000 sobreiros. Essas árvores são protegidas por lei devido ao seu valor ambiental, e a reconversão de seus povoamentos é proibida. Os sobreiros desempenham um papel vital na conservação do solo, na regulação do ciclo hídrico e no sequestro de carbono.
A construção do aeroporto resultaria no abate de aproximadamente 90.000 sobreiros na cidade aeroportuária e mais 166.000 em várias áreas afetadas, além do abate de milhares de árvores devido à construção do ramal ferroviário de acesso. Essa escala de abate é muito maior do que qualquer outro caso de abate de sobreiros em Portugal nas últimas décadas.
Embora o interesse público seja uma exceção que justifique o abate dessas árvores, a lei exige compensação, com a plantação de 125% do número de árvores abatidas. No entanto, a qualidade e a escala dos povoamentos de sobreiros em Alcochete tornam essa compensação extremamente difícil, levando várias décadas para reconstituir um ecossistema semelhante.
Além disso, a taxa de sucesso das plantações de compensação é geralmente baixa, com uma média de apenas 10%. A Comissão Técnica Independente está a estudar alternativas para o aeroporto de Lisboa que minimizem esse impacto ambiental significativo. Este é um desafio complexo que exige um equilíbrio cuidadoso entre as necessidades de infraestrutura e a proteção do ambiente.
Foto: Agroportal