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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Se houver disponibilidade do PS para abandonar as politicas que tem feito estaremos disponíveis para dar um contributo…”, diz João Oliveira candidato da CDU em entrevista à Rádio Campanário (c/som)

João Oliveira, deputado do PCP na Assembleia da República e líder do mesmo grupo parlamentar, desde 2013, encabeça a lista da CDU – Coligação Democrática Unitária, pelo Circulo Eleitoral de Évora, às eleições para a Assembleia da República, de 4 de Outubro. O candidato confessou à Rádio Campanário quais as principais preocupações e receios na lista de prioridades da campanha.  

Questionado, pela Rádio Campanário, sobre as prioridades do programa da CDU para o distrito de Évora, João Oliveira revelou a maior preocupação que os alentejanos revelam é a questão do desemprego, “(…) porque o desemprego traz a emigração, a pobreza o isolamento (…) esta é uma combinação explosiva no nosso distrito”.

Para o candidato da CDU “ (…) é preciso atacar o problema em três frentes: é preciso pôr o distrito a produzir, é preciso assegurar uma política de investimento público, particularmente nos serviços públicos e, por fim é preciso assegurar uma política de modernização do distrito e de reparação do distrito para os desafios do futuro”. No combate a este problema, João Oliveira, disse a esta estação emissora que o distrito dispõe de “recursos naturais” para colmatar as necessidades do desemprego, nomeadamente aqui na zona dos mármores, afirmando que “ (…) nós temos recursos naturais que, conjuntamente com opções políticas que valorizem esses recursos, podem dar um contributo decisivo para resolver o problema do desemprego e da fixação dos jovens”.

Confrontado por esta estação emissora sobre o facto de a CDU defender sempre, ou quase sempre, os direitos dos trabalhadores, deixando os empresários à margem dos seus direitos, foi perguntado a João Oliveira quais são as propostas do partido, para o distrito, para quem quer investir e gerar riqueza. O candidato afirmou que o seu partido tem “ (…) um plano imediato de intervenção económico e social, em defesa dos pequenos e médios empresários (…) boa parte das nossas propostas dirige-se ao alívio dos impostos sobre pequenos e médios empresários (…) que nenhum outro partido tem (…) em relação ao distrito de Évora”.

Já sobre o aumento da despesa, dado que a CDU propõe a reposição imediata de todos os cortes e das pensões, e também com a supressão das PPP`s, João Oliveira afirmou que o seu partido “ (…) prepôs uma renegociação da divida que vai permitir ao Estado poupar 6.600 milhões de euros, de despesa com os juros da divida (…) nós propomos uma politica fiscal que vai permitir ao estado encaixar mais de 3.800 milhões de euros, indo cobrar impostos, a quem realmente os pode pagar (…) temos quase 12 mil milhões de euros, por ano, de despesa pública que poder ia ser alocada”.

Recordemos o caso da renegociação da dívida, em duas partes, que aconteceu na Grécia com o Syriza, que quando ganharam as eleições tinham propostas semelhantes de perdão e renegociação da divida, e que posteriormente tiveram que seguir as diretrizes europeias. Quando questionando sobre a eventualidade de poder acontecer o mesmo, caso a CDU ganhasse as eleições, João Oliveira disse que “ (…) o que a CDU propõe é um processo de renegociação da divida concreto em relação à realidade nacional (…) de certeza absoluta que as propostas seriam aceites (…) porque daqui por dois anos não vamos ser capazes de renegociar a divida (…) uma divida que é insustentável”.

Quanto à manutenção do euro, o candidato referiu que “ (…) a proposta da CDU não é que Portugal saia do euro (…) a proposta é que Portugal faça em primeiro lugar tudo para que a moeda única acabe (…) não sendo isso possível, o que defendemos é que Portugal tome as medidas para que a libertação do nosso pais do euro possa significar um custo inferior, do que aquilo que custa mantermo-nos no euro”.

Já sobre a construção de um novo Hospital Central, uma das propostas da CDU e orçamentado em cerca de 140 milhões, João Oliveira considerou que o nosso país tem recursos para a construção dessa unidade hospitalar, importante seria “ (…) não se gastar dinheiro a financiar hospitais privados”. O candidato afirma que a construção do novo Hospital é uma prioridade, pois o atual apenas tem quatro salas de operações, enquanto o novo terá dez, “(…) o que pode significar uma redução nas listas de espera (…) e a fixação de médicos especialistas”.  Segundo João Oliveira “ (…) o investimento no novo Hospital poderia ser recuperado em 3 anos”, cuja construção não está contemplado no novo quadro comunitário, mas explica que o programa da CDU contempla um pedido de apoio à União Europeia para a construção do Hospital.

Relativamente à banca, João Oliveira defende que “ (…) o Estado deixe de nacionalizar prejuízo dos bancos, que o Estado congele todos os bens e património do Grupo Espirito Santo, para que esses bens respondam pelo buraco do banco, por último achamos que a banca é demasiado importante para estar nas mãos dos banqueiros, deve estar nas mãos do país e do povo português”.

Em conclusão, e não opinião de João Oliveira, caso a Coligação PSD-CDS ou o PS ganhe as eleições e a CDU seja chamada para integrar o Governo, “(…) só há uma circunstância em que nós não estamos disponíveis para ir para o governo, que é a de continuar a politica que tem sido feita”, e estaria mais disponível para governar com quem “(… )queira devolver salários e pensões. O candidato considera, ainda, “ (…) que se houver disponibilidade do PS abandonar as politicas que tem feito, e para fazer uma efetiva politica de esquerda, estamos disponíveis para dar um contributo para qualquer politica de esquerda”.

 

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