A Federação de Associações de Agricultores do Baixo Alentejo tem manifestado, no seguimento do recente comunicado do IPMA relativamente à seca em Portugal, que classifica de “situação complexa”, uma grande preocupação relativamente à agricultura de sequeiro, à pecuária extensiva e também à falta de reservas hídricas, quer para o abeberamento animal, quer para o regadio.
Em comunicado enviado à nossa redação, as culturas de Outono-Inverno já se encontram em défice hídrico. As pastagens não existem, o que tem levado os agricultores a recorrerem às reservas de feno e palhas que em muitos casos se encontram praticamente esgotadas. Para garantir a alimentação animal, os agricultores estão a ser forçados a adquirir também largas quantidades de alimentos concentrados e outros suplementos.
Esta situação anormal tem sido ainda agravada pelos custos dos factores de produção (rações, combustíveis, sementes, fertilizantes, energia, etc.) que sofreram agravamentos extraordinários nos últimos meses, nunca vistos nos tempos mais recentes.
Ainda neste contexto, os agricultores têm de estar preparados para a falta de água para o abeberamento. As barragens da região, com particular ênfase para as da bacia do Sado, encontram-se a níveis historicamente baixos, comprometendo seriamente a próxima campanha de regadio.
Perante estas situações descritas, a sustentabilidade económica de muitas explorações agro-pecuárias do Alentejo ficará gravemente comprometida. Neste sentido, segundo Federação de Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, é importante que o governo defina medidas de apoio aos sectores mais afectados, que poderão passar por ajudas directas à pecuária e às culturas de Outono-Inverno.