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Secretário-Geral da CGTP em Vila Viçosa, diz que setor dos mármores está “a vender muito mais do que há uns anos atrás, isso é inequívoco”, em Exclusivo à RC (c/som)

Esta quinta-feira, dia 16 de novembro, realizaram-se dois plenários dos trabalhadores das empresas de mármores SOLUBEMA e A. Bento Vermelho, do concelho de Vila Viçosa, que contaram com a presença de Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN.

Em declarações à Rádio Campanário, o sindicalista diz que o objetivo destes plenários, é o envolvimento dos “trabalhadores na discussão dos seus problemas”, analisar as situações das empresas e “exigir a melhoria dos salários”.

Arménio Carlos afirma ser “justo, que a distribuição da riqueza”, proveniente do “aumento da procura e da resposta no que respeita à construção civil”, seja distribuída através “do aumento dos salários”.

“Não há razões nenhumas para não se considerar o aumento do salário mínimo (nacional) para os 600 euros, em janeiro de 2018, […] e elevar todas as restantes grelhas salariais”, afirma, reconhecendo-se assim profissões e valorizando competências.

Mais acrescenta, que a melhoria dos “rendimentos para os trabalhadores, corresponde a melhores condições de vida das famílias e à dinamização da própria economia”, sendo desta forma “um investimento com retorno”, com o qual “todos ganham”.

Questionado relativamente ao salário adequado para o setor dos mármores, considerando ser este um trabalho que apresenta riscos físicos e para a saúde, Arménio Carlos diz que “deve haver um valor superior” ao salário mínimo nacional, que tenha em conta as condições de trabalho, a ser discutido em plenário.

Interrogado relativamente à atualização dos contratos de trabalho para o setor dos mármores, o sindicalista responde que “temos uma contratação coletiva a nível nacional” que se encontra “bloqueada por indisponibilidade da associação patronal”.

Relativamente à situação das empresas do concelho de Vila Viçosa em cujos plenários esteve presente, afirma haver uma relutância por parte da associação patronal do setor, em negociar “um contrato coletivo para todos os trabalhadores em geral”. Por outro lado, as próprias empresas “remetem a negociação para a associação, que por sua vez se recusa”.

Os plenários da presente quinta-feira, visam que os trabalhadores decidam “o que fazer [..] independentemente de haver evolução da contratação coletiva a nível nacional, ou não”, uma vez que, considera, estas empresas registam “melhoria do negócio e simultaneamente dos lucros” que “têm que ser distribuídos pelos trabalhadores”.

No caso concreto da SOLUBEMA, empresa a cujo plenário comparecia aquando da entrevista pela RC, afirma que a empresa “remete para a associação a negociação que não existe”, uma vez que “entendemos que esta empresa tem condições para melhorar os salários dos trabalhadores”.

Defendendo a existência de “uma referência em termos de contratação coletiva”, impossibilitada pela revogação de uma norma, estão a ser dinamizados “processos reivindicativos em cada uma das empresas para encontrar soluções”.

O plenário da SOLUBEMA visa a discussão do aumento salarial, a ser apresentado à entidade patronal, iniciando depois “um processo de discussão direta” entre as partes. Caso o método não funcione, “serão os trabalhadores a decidir qual o passo a dar de futuro”.

Questionado sobre o papel da ASSIMAGRA nestas negociações, afirma ser idêntico ao tomado em negociações “congéneres”.

Questionado se as conclusões do plenário serviriam de referência às restantes empresas do setor, o secretário-geral da CGTP afirma que a mesma “vai ser determinada pela reação e posição dos trabalhadores”.

Para 2018, a CGTP “em termos gerais, definiu na sua política reivindicativa para o próximo ano, uma linha de exigência de aumento dos salários tendo uma referência de 40€ em termos nominais, no mínimo” ajustável sectorialmente. Desta forma “uns poderão ficar pelos 40€, outros poderão exigir mais, de acordo com as condições económicas e financeiras das empresas”.

Arménio Carlos reconhece que “o setor foi profundamente afetado pela crise”, contudo “verifica-se agora, com a reposição de rendimentos, com a melhoria da situação económica, que o setor da construção, dos mármores e também das madeiras, está a ter uma evolução significativa”.

Para esta melhoria, considera o sindicalista, contribui “o que se está a passar em termos da reabilitação urbana”, que proporciona escoamento para “a produção de pedra e mármore que aqui é feita”. As empresas do setor, “hoje, estão a vender muito mais do que vendiam há uns anos atrás, isso é inequívoco”.

 

 

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