As práticas agrícolas implementadas nas últimas décadas estão a colocar em risco a sobrevivência do sisão em Portugal, revela um estudo, hoje divulgado, segundo o qual a população destas aves sofreu um declínio de 80% desde 2006.
Segundo um estudo liderado por investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-BIOPOLIS) da Universidade do Porto e hoje publicado, citado pela Lusa, “Não se implementando medidas de emergência para conservação da espécie, possivelmente vai-se extinguir dentro de poucos anos”.
Grande parte da população nacional do sisão está concentrada no Alentejo e esta foi a região onde se verificou um maior declínio da espécie, onde em 2006 decaiu perto de 80% e, nos últimos seis anos decaiu 60%, conforme indica o estudo que procurou também compreender como variáveis associadas às alterações de uso do solo, produção de gado e expansão de infraestruturas (como estradas e linhas elétricas) influenciaram esta tendência de declínio.
Fora das Zonas de Proteção Especia (ZPE), onde a espécie está “quase extinta”, a conversão da agricultura, antes essencialmente cerealífera, para regadios dominados por culturas permanentes como o olival ou o amendoal “representaram uma total perda de habitat para esta espécie que depende de habitats agrícolas abertos”, concluiu o estudo.
Já dentro das ZPE, conforme indica a citação da Lusa referente a este estudo, “o abandono do apoio dos cereais em detrimento da produção de gado, essencialmente bovino, terá contribuído para a conversão de áreas de sequeiro para pastagens permanentes e culturas forrageiras”, embora sejam mais favoráveis para a nidificação, são cortadas em plena época de nidificação, destruindo ovos, crias e por vezes os adultos.
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