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Sousel: “Talvez o dinheiro já estivesse comprometido”, diz Armando Varela sobre chumbo do projeto de modernização do Quartel dos Bombeiros (c/som)

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sousel viu a sua candidatura a fundos comunitários, ser chumbada.

A candidatura tinha por objetivo requalificar a estrutura orgânica do quartel que foi inaugurado em 1985, e desde essa data que os operacionais têm vindo a realizar pequenos reparos de beneficiação no edifício da instituição, em prol da adaptação do mesmo às constantes mudanças.

O presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sousel (AHBVS), Armando Varela confirmou à Rádio Campanário que o projeto não mereceu a aprovação, mas irá avançar, ainda que de uma forma faseada.

O dirigente associativo referiu que “nós temos que ter a consciência que os homens e as mulheres deste país, que em regime de voluntariado servem a causa dos bombeiros, e às vezes desempenham um papel que eventualmente devia ser desempenhado por outras entidades, têm que ter de facto condições de trabalho e condições operacionais”.

Nesse sentido, segundo entende Armando Varela, o projeto de remodelação que foi concebido “tem sobretudo, dar melhores condições de operacionalidade à componente de fogo e à componente de saúde e sobretudo dar uma resposta que não era previsível na altura em que este quartel foi construído, ao cada vez maior número de bombeiras que temos nesta corporação, e nesse sentido, fizemos uma candidatura que não foi aprovada, outras foram aprovadas em detrimento desta”.

Instado sobre as declarações proferidas no discurso da cerimónia de comemoração do 36º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sousel, no passado dia 4 de junho, refere que “talvez o dinheiro já estivesse comprometido, mas teria sido mais simpático ma altura em que lançaram o aviso, dizer que afinal aquilo era só para cinco ou seis corporações, escusávamo-nos de estar a preocupar e escusavam de as outras 400 corporações, estarem preocupadas com as candidaturas”.

Armando Varela diz ainda que não vai desistir, “estamos neste momento a fasear o projeto em cinco fases e iremos avançar a muito curto prazo, com um concurso público para essa primeira fase que nós queremos que seja relevante e que é a componente operacional, remodelar por completo as camaratas porque hoje em dia não temos camaratas de fogo e de saúde separadas, está tudo misturado. Improvisamos uma camarata para as mulheres, mas vamos ter uma camarata condigna e separada para bombeiros e bombeiras e vamos ter melhores condições de eficácia e de operacionalidade porque é aquilo que nos move, como é que nos podemos posicionar e qual o maior esforço que podemos fazer para garantir que a nossa ação diária salva mais vidas e salva mais bens”.

Questionado sobre o valor implícito no projeto chumbado, Armando Varela refere que “são aproximadamente 400 mil euros na totalidade, nós estamos neste momento a dividir o projeto (…) e estimo que esta primeira fase possa ser orçada em cerca de 200 mil euros e obviamente temos já aqui a garantia de que da parte da Câmara Municipal de Sousel, também iremos ter um apoio para poder concretizar esta obra que é importante para todos”.

Quando perguntado qual a justificação para a não aprovação do projeto, expressa que “as outras candidaturas apresentadas tinham mais pontuação e em função do dinheiro que tinha sido colocado à disposição, não consideraram que o projeto não era importante, mas houve outros que foram considerados mais importantes do que este”.

Armando Varela finaliza dizendo que a Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre, “há muito que revelou preocupações em relação à componente dos fundos comunitários para este quadro comunitário de apoio. Eu espero que aquilo que o Governo tem vindo a anunciar, de alocar mais verba aos bombeiros, que não passe de um discurso demagógico e às vezes com fins eleitorais, e seja verdade, mas nós cá estaremos para saber se a próxima candidatura, terá melhor sorte do que a primeira”.

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