A Tapada Real de Vila Viçosa, espaço que fazia as delícias da caça dos monarcas da Dinastia Bragança, foi o tema central do coloquio “Água, esteva, sobreiros e veados: Investigação e Ciência na Tapada Real”, com oração de Conceição Caldeira e Miguel Bugalho do ISA – Instituto Superior de Agronomia, promovido pela Fundação da Casa de Bragança, no passado sábado (12 de maio).
A iniciativa contou com uma conferência no Paço Ducal de Vila Viçosa e visita temática dedicada à investigação científica, ao qual a oradora Conceição Caldeira carateriza como “um montado misto, de sobro e azinho com uma idade fantástica”, destacando a “importância da proteção por sombra para as pequenas plantas sobreviverem ao primeiro verão”, pois fatores como a “falta de água e as temperaturas muito elevadas” podem ser prejudiciais.
Por outro lado, é necessário perceber como a presença da esteva perto das árvores “afeta a capacidade de elas utilizarem a água”, disse a investigadora, esclarecendo que, para esse estudo, recorre a “monitorização e parte experimental”, onde são provocados alguns acontecimentos, como por exemplo a limpeza das estevas ou simular uma seca, para perceber o que acontece às árvores.
Também a esta estação emissora, o orador Miguel Bagulho centra o seu estudo nos “efeitos que os animais estão a ter na floresta”, desde a biodiversidade do pasto ou outros animais que existam no montado, onde “tendo ou não [animais] o ecossistema tem um comportamento completamente diferente”.
De acordo com o investigador, a população animal “cresce e está com níveis elevados”, rica em “veado, gamo e, mais recentemente, o javali que aparece com uma frequência que não se via antes”, o que comprova que a Tapada Real “tem recursos bastante bons para as populações de animais que tem”.
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