Os hospitais das misericórdias, que foram integrados no setor público e são atualmente geridos por estabelecimentos ou serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS), podem ser devolvidos às instituições mediante a celebração de um acordo de cooperação com um prazo de 10 anos.
O diploma que define a articulação entre o Ministério da Saúde e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e regula este processo de devolução, já foi publicado. O processo terá início em janeiro de 2014, será monitorizado por uma comissão de acompanhamento e as Misericórdias devem manter ao seu serviço o pessoal afeto às unidades de saúde.
A Rádio Campanário questionou o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, sobre esta questão, que tem alimentado algumas polémicas e muitas letras já consumiu nos meios de comunicação social.
Manuel Lemos explicou a intenção do processo e as condições que o formulam, sendo “sempre numa lógica de cooperação e não de substituição, um trabalho que está a ser feito no silêncio dos gabinetes que é onde deve ser feito. As Misericórdias aceitaram a devolução com três condições, primeiro, que não se reduzam cuidados com as populações; segundo, que não colocasse em particulares dificuldades as instituições que os vão receber e o terceiro, ficar com os trabalhadores que quiserem trabalhar”, frisando que “não vão dar emprego, vão dar trabalho e que são duas coisas diferentes”.
O responsável salientou que “a satisfação da comunidade e dos trabalhadores das instituições das Misericórdias, é total, as pessoas gostam de trabalhar connosco, há um empenho e uma diferenciação de serviços por isso mesmo, é uma gestão mais particularizada”.
O presidente das UMP, disse ainda “estarmos a falar de trinta hospitais, para os quais não têm, nem querem ter capacidade para receber no imediato, será um processo que decorrerá ao longo de 4 ou 5 anos, em 2014 serão 3 ou 4 hospitais, que depois de estabilizados passar-se -à à fase seguinte”.
Questionado sobre “estar, ou não o Hospital de Évora na lista das devoluções”, Manuel Lemos responde contando a história deste hospital e salienta que “esse hospital é do Estado Português”.
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