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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Timorenses “presos” em Portugal

    São inúmeros os timorenses que nos últimos meses têm chegado a Serpa em busca de trabalho. Dando entrada no país em busca de melhores condições de vida, os imigrantes ficam alojados em anexos sobrelotados e grande parte não consegue encontrar trabalho. 
    

    Prestando declarações à agência Lusa, Bendita Melo afirma “Quero ficar em Portugal. Bendita não volta para Timor-Leste”. No anexo em que vive partilha o espaço com 25 outros timorenses, dos quais apenas 3 conseguiram encontrar emprego. Mariano Silva, 1 de 22 homens do grupo, explica como a promessa de uma vida melhor em terras lusitanas o deixou sem opções a não ser continuar à procura de emprego. Este pediu um empréstimo de “5 mil dólares” a “outros” com o objetivo de comprar bilhete para Portugal com recurso a uma “agência” que não especificou. 
    

    O dirigente da associação Solidariedade Imigrante, Alberto Matos, auxilia estas pessoas com o intuito de os ajudar a encontrar trabalho, referindo que os imigrantes são “forçados a pagar as dívidas”, sendo que as próprias famílias em Timor-Leste “estão reféns”.
    

    Sem dinheiro para se sustentarem, o grupo é auxiliado pela população da cidade que lhes faz donativos em alimento (carne, peixe, arroz…), mas que de acordo com Bendita é sempre pouca.

    Aguardando por uma solução, o autarca de Serpa, João Efigénio Palma, declara à agência Lusa que a afluência de timorenses no distrito está a diminuir e que no pavilhão municipal de exposições, onde inicialmente foram alojados “de emergência” 40 pessoas, em Agosto deste ano, já só se encontram 14. “Estamos a aguardar que as entidades competentes, nomeadamente a Segurança Social, resolvam o problema e há como que um compromisso assumido de, até ao dia 1 de novembro, conseguirem tirar as pessoas do pavilhão”, afirma. 
 

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