A ausência de uma autoridade reguladora dos preços das escolas de condução resulta em grandes disparidades nos custos entre diferentes regiões. A Escola de Condução do Crato, no distrito de Portalegre, destaca-se como a mais cara, com um valor de 1.500 euros, em contraste com os 614 euros cobrados em algumas escolas de Lisboa.
Soraia, de 18 anos, tirou a carta de condução na escola do Crato. “No Alto Alentejo, onde há uma menor procura por estes serviços, os preços são mais elevados do que nas grandes cidades,” explicou, justificando os 1.500 euros que pagou, enquanto em Lisboa poderia ter pagado pouco mais de 600 euros.
A revista SÁBADO contactou 14 escolas de condução no distrito de Portalegre, concluindo que a média de preços é de 929,79 euros. Embora algumas ofereçam mais serviços do que outras, todas enfrentam o mesmo problema: a falta de população e, consequentemente, de procura, o que faz com que os preços sejam mais elevados do que nas grandes metrópoles. Em Lisboa, escolas de condução, como as que integram a empresa de franchising Segurança Máxima, apresentam valores totais de 614 euros, incluindo serviços de simulador e a possibilidade de conduzir em locais com maior volume de tráfego rodoviário.
Curiosamente, esta diferença de preços não se traduz necessariamente numa melhor preparação dos alunos. De acordo com um artigo publicado pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) em 2021, a taxa de sucesso no centro de exames de Portalegre é de 68,83%, enquanto a média de todos os centros de exame em Lisboa é de aproximadamente 63,41%.
Esta situação levanta questões sobre a necessidade de uma maior regulação e uniformização dos preços das escolas de condução, para assegurar que todos os candidatos a condutores tenham acesso a formação de qualidade a preços justos, independentemente da sua localização.