O trabalho escravo continua em explorações agrícolas no Alentejo e, apesar da legislação existir, os empresários ficam sempre fora do alcance dos processos judiciais.
A situação é denunciada pelo Jornal de Notícias, que lembra que só os intermediários se sentam no banco dos réus e mesmo assim nem sempre são condenados.
Ao longo dos últimos anos, têm sido descobertas e desmanteladas, através de várias denúncias, situações de trabalho escravo relacionado com o tráfico de seres humanos. Alguns desses casos acontecem no Alentejo, relacionados sobretudo com o trabalho agrícola, onde as ofertas de emprego contemplam salários muito baixos e para onde os imigrantes são canalizados, desde o seu país de origem, através de redes mafiosas, que servem como uma matrioska de interlocutores que dificultam a identificação dos verdadeiros infratores, a libertação das pessoas – cujas vidas ficam suspensas pela falta de documentos e sem liberdade física – e a atuação das autoridades e associações de solidariedade que pretendem combater este flagelo.