A poucos dias das celebrações do Dia da Imaculada Conceição, onde um dos pontos altos é a Procissão com a imagem de Nossa Senhora da Conceição a percorrer as ruas de Vila Viçosa, falar da tradição deste ato religioso enquadra-se na perfeição.
“Vila Viçosa com procissão- um caminhar pelo passado” é um dos artigos que integra o nº30 da revista de Cultura Callípole, lançada recentemente pela Câmara Municipal. Escrito por Inês Fraústo Jonífero, uma jovem calipolense, mestranda em História Social na Universidade de Évora, também ela devota da Padroeira de Portugal, é uma viagem pela história desta fé e devoção que ao longo dos anos tem acompanhado Vila Viçosa, um culto que, como a própria autora explica, já era enorme antes de 1640, altura em que Nossa Senhora foi Coroada Rainha de Portugal.
A procissão de Nossa Senhora da Conceição transpos as muralhas do castelo, pela primeira vez, em 1855. À época, as ruas por onde passava, eram engalanadas com alcatifas repletas de plantas aromáticas. Apesar da procissão se ir alterando com o passar dos anos, ela faz parte da memória coletiva da sua população .
A jovem calipolense Inês explica, em entrevista à RC que “o artigo resultou da recolha das memórias dos calipolenses , transpostas em palavras e imagens.” A história remonta aos finais do século XVII, início do século XVIII e a autora evidencia “a tradição de um momento que perdurou ao longo dos tempos, com a transição do estado novo e o pós 25 de abril, momentos da nossa história que nos marcaram profundamente.”
Apesar das transformações, e segundo Inês Frausto Jonífero , “a procissão de hoje mantém ainda assim muitas semelhanças com o passado.”
Com o solar da Padroeira situado em Vila Viçosa, a devoção na Padroeira através fronteiras e soube resistir ao tempo. São milhares os peregrinos que durante todo o ano e muito em particular no dia 8 de dezembro vêm aos pés da “Mãe” de Portugal venerá-la. Uma Fé e Amor que souberam resistir ao tempo, perpetuando na memória de todos a presença da Imaculada Conceição na vida de todos os que, com a sua proteção, têm seguido este caminho “chamado” vida.