Uma alegada rede de tráfico de droga desmantelada em maio de 2021, quando a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu 91,5 quilos de canábis e 1,2 milhões de euros, começou hoje a ser julgada no Tribunal de Beja.
O processo, que envolve crimes de tráfico de estupefacientes, branqueamento, dano qualificado, detenção de arma proibida ou tentativa de favorecimento pessoal, envolvia um total de 12 arguidos, mas agora abrange 10.
Um dos arguidos foi despronunciado, na decisão instrutória, e o presidente do coletivo de juízes indicou hoje que não foi possível notificar outro dos homens, que vai ser declarado contumaz, sendo o processo separado.
Na sessão desta manhã, compareceram em tribunal sete dos arguidos, que se escusaram a prestar declarações, ficando marcado para a parte da tarde o início da produção de prova.
O principal arguido é Joaquim Fortes, o único que está em prisão preventiva e que, segundo o despacho de acusação consultado pela agência Lusa, alegadamente controlava o grupo, que adquiria canábis e a transportava e vendia na zona de Lisboa.
Tiago Melo Alves, advogado de Joaquim Fortes, que está acusado em coautoria com outros arguidos de um crime de tráfico de estupefacientes agravado e de outro de branqueamento, escusou-se hoje a revelar qual vai ser a sua defesa, aguardando pela apresentação de prova.
“A prova vai começar a ser produzida de tarde. Não tenho nenhuma expectativa neste momento [em relação ao julgamento]. Vamos aguardar que a prova se faça”, limitou-se a afirmar.
Neste processo, além de Joaquim Fortes, são arguidos Rui Pina e André Graça, ambos acusados em coautoria de um crime de tráfico de estupefacientes agravado, além de Rui ser também acusado de um crime de dano qualificado, outro de detenção de arma proibida e ainda um de branqueamento.
De acordo com o despacho de acusação, Joaquim Fortes, André Graça e Rui Pina colaboraram entre si, desde abril de 2020, na compra, transporte, armazenagem e venda de “grandes quantidades de canábis/haxixe”, alegadamente adquirida em Espanha e vendida depois em “vários destinos”, nomeadamente na zona de Lisboa.
Os três atuaram “em comunhão de esforços e intentos, desenvolvendo uma atividade caracterizada por grande mobilidade, com significativos meios materiais, procedendo ao transporte de haxixe/canábis por via terrestre, utilizando viaturas automóveis e dividindo as tarefas entre eles”, pode ler-se.
A alegada rede guardava a droga num armazém situado na localidade de Rouquenhos, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja,
Foi aqui que, a 20 de maio de 2021, a PJ apreendeu cerca de 1,2 milhões de euros em notas e 908 embalagens de resina de canábis, com um peso global de 91,5 quilos e um valor estimado, caso chegasse ao mercado, a rondar os 240 mil euros.
Vários dos arguidos neste processo são do Alentejo, enquanto outros são da zona de Setúbal e região da Grande Lisboa.
C/Lusa