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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

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“Turismo interno vai salvar o ano, não reanimámos como esperado. Voltar aos afetos é fundamental para o setor” diz Presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo(c/som)

O setor do turismo foi um dos mais afetados pela pandemia de covid 19 com prejuízos avultados para o setor devido ás restrições impostas.

A Rádio Campanário, à margem da inauguração do Centro de Cycling de Rio de moinhos, realizada no passado sábado, falou com o Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Vítor Silva, abordando a questão da retoma do turismo e ao mesmo tempo fazendo um balanço da sua prestação á frente dos destinos desta entidade.

Questionado sobre a retoma do turismo e as quebras registadas no setor, o Presidente da ERT adiantou-nos  “em termos de projetos nós não tivemos nenhumas quebras nem de intenções “ acrescentando que “no ano de 2020, quem tinha intenções de investir, investiu, continuando ou começando a desenvolver os seus projetos.”

O responsável pela Entidade regional de Turismo acrescentou ainda “a verdade é que a atividade turística não se reanimou com a velocidade que nós pensávamos “realçando “nós pensámos que no fim do ano a situação estava ultrapassada e que a chegada da vacina resolvia tudo”.

A este propósito, Vítor Silva não deixa de evidenciar “o problema é que as vacinas chegaram, mas não chegaram no número que queríamos e, apesar de em Portugal a vacinação estar a ser exemplar, ainda assim nem metade da população está vacinada e é preciso notar que a vacina não imuniza totalmente as pessoas.”

Segundo revela o responsável, “a atividade turística não está ainda a reanimar-se à velocidade que queríamos” ainda assim afirma que “sabíamos que no nosso território teríamos que viver um verão como o ano passado, fundamentalmente à conta do turista nacional ainda que, desse ponto de vista, o verão do ano passado tenha corrido muito bem.”

Apesar deste ponto mais positivo, Vítor Silva não deixa de referir “o problema são os outros meses “antevendo que, para este ano, “ não sendo pessimista por natureza, penso que em relação ao turismo internacional vai ser muito difícil termos números significativos pois há mercados importantíssimos para o Alentejo que estão fechados, como é o caso do Brasil ou o norte-americano, ou que não estando fechados, estão a dizer aos seus nacionais não saiam!”

Por todas estas condicionantes, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo refere que, na sua opinião, “em todos os países, o verão, e até mesmo até final do ano, vamos viver sobretudo do turismo interno.”

Apesar deste cenário, não deixa, contudo, de desejar que “em Portugal conseguíssemos controlar os problemas que surgiram nas últimas semanas para que possamos ter uma movimentação livre no nosso território.”

Sobre a situação gravosa que se vive, atualmente, na região da área metropolitana de Lisboa e a forma como ela afeta o território alentejano e até o algarvio, Vítor silva refere” as condicionantes impostas afetaram a taxa de ocupação no Alentejo e no algarve” esclarecendo que, no que diz respeito a reservas, “ se a situação da AML se mantiver as mesmas também serão afetadas.”

O presidente da ERT conclui “eu espero que controlemos rapidamente a situação que temos em Portugal mas tenho a convicção que é o turismo interno que vai salvar o nosso ano.”

Nesta entrevista, Vítor Silva, em jeito de balanço, à presidência da ERT que assumiu em em 2020, numa altura muito atípica devido à pandemia, e apesar de já desempenhar o cargo de vice-presidente da entidade, realçou “é diferente. Eu já estou há muitos anos no turismo, já vai para 18 anos que cá estou, e a verdade é que me tenho dedicado quase exclusivamente à promoção externa.”

Se a pandemia de covid 19 trouxe limitações e apesar do acréscimo de responsabilidade assumido com a presidência da ERT, Vítor Silva não hesita “Não estava nos meus planos assumir esta responsabilidade, mas não estou arrependido e farei o meu melhor ” garantindo “não tenho falsas modéstias nem verdadeiras mas penso que darei continuidade ao trabalho feito anteriormente e não envergonharei, certamente, a entidade.”

Relativamente aos objetivos da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e a um dos trabalhos fundamentais, que se prende com a estruturação do produto “ essa não foi quase beliscada pela pandemia e exemplo disso são os projetos de cycling e dos caminhos de santiago, onde fomos os últimos a começar mas somos os únicos  a ter um caminho certificado.”

A ERT também tem competências no mercado interno e dadas as limitações do contexto pandémico, a ERT  “teve que parar essas campanhas mas elas estão agora a ser retomadas através da campanha com o mote “ Há um lugar” que tem uma declinação para o Alentejo e outra para o Ribatejo “

A ERT continua a desenvolver os seus projetos garantindo que “os apoios do governo têm sido os suficientes, em sua opinião,  para alavancar o turismo” acrescentando “as candidaturas que temos já estavam aprovadas e não houve alteração assim como o nosso orçamento para 2021 que, apesar de ter cativações e que já existiam anteriormente,  não altera o orçamento.”

O Presidente da ERT, nesta entrevista à RC, conclui que o importante foi o fato do ter aprovado um plano de retoma do turismo até 2027, já apresentado publicamente,  com uma verba um pouco superior a 6 mil milhões de euros  e que “ nos parece ser uma verba completamente adequada para aquilo que é necessário fazer agora no pós pandemia.”

No final desta entrevista deixa uma certeza “temos que relançar a atividade. Felizmente as infraestruturas estão cá e a vontade dos empresários e a sua capacidade também, ao fim ao cabo, sem eles não é possível haver turismo .”

“A pandemia vai ser ultrapassada, vamos ter que viver com o vírus mas vamos ter que abandonar as máscaras e tudo isso, abraçarmo-nos e beijarmo-nos e voltar aos afetos  o que no  turismo é fundamental. O turismo é uma indústria de afetos “ concluiu.

Oiça aqui a entrevista

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