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“Turma Mais” começou por ter sucesso em Estremoz, agora há cerca de 150 escolas com este modelo educativo

Há 17 anos, na Escola Secundária Rainha Santa Isabel em Estremoz, a taxa de retenção do 7.º ano era de 30%, muito acima da média nacional, era urgente inverter os resultados, então a professora Teodolinda Cruz lembrou-se de criar uma turma suplementar, onde fosse possível criar um equilíbrio nas relações pessoais e pedagógicas.

A ideia surge da “possibilidade de fazer com que tivéssemos tempo e espaço para todos os alunos”, o qual refere as turmas normais “muitas vezes, não permitem”, levando os alunos a assimilarem conhecimento “a um ritmo médio, e que não é o ritmo de todos os alunos”, refere a professora á Rádio Campanário.

Os alunos têm diferentes tempos de aprendizagem, esclareceu, indicando a necessidade “de criar este espaço um pouquinho a mais”, fazendo rotações e reagrupamentos de alunos das turmas de origem.

Tendo em conta o sucesso do projeto, que segundo um estudo feito pela Universidade de Évora, a taxa de insucesso dos alunos do 9º ano na escola estremocense baixou, nos 5 anos seguintes, dos 22% para 9%.

Questionada sobre a possibilidade de as turmas serem formadas por alunos com a mesma capacidade, Teodolinda diz que “não é a mesma coisa”, referindo que não permitiria que as crianças no seu percurso escolar “não convivessem umas com as outras”.

Posto isto, a professora indica que o insucesso educativo “é maior em determinados grupos socioeconómicos”, dai a base da “Turma Mais” ser “todos os alunos de qualquer desempenho educativo estarem juntos, e depois reagrupam-se temporariamente”.

A motivação para o professor, neste método, “é ser capaz de fazer o que quer fazer”, mencionando que os alunos “num ambiente educativo em que se sentem acolhidos” e onde percebem que “tudo o que está a acontecer é para si”, podem participar “sem sentir que têm que dar espaço aos outros”.

Segundo Teodolinda Cruz, o Ministério da Educação propôs esta tipologia organizacional “para as escolas que quisessem adotar”, na qual em 2009 havia 67 escolas de norte a sul do país, neste momento, são cerca de 150 escolas, das quais “não temos possibilidade de os acompanhar a todos”, como referem.

Na Escola Secundária Rainha Santa Isabel chegou a haver 38% de taxa de insucesso no 7º, número acima da média nacional, havendo a necessidade de ser feita alguma coisa, é ai que entra o programa desenvolvido pela professora Teodolinda Cruz, que encontrava na organização das turmas um problema.

O programa recebeu parecer negativo da Direção Regional de Educação do Alentejo, sem desistir do programa a professora obteve autorização para, “excecionalmente, em cada ano abrir uma Turma Mais”, onde no final era feita uma avaliação pela Universidade de Évora.

Carlos Salema, diretor da Escola da Rainha Santa Isabel de Estremoz, disse á RC que “ao fim de 2/3 anos começámos a ter resultados muito evidentes”.

O diretor acrescenta que ao longo dos anos a melhoria “foi constante”, tendo sido “aproveitado” pelo Ministério da Educação para “largas dezenas de escola”, e na escola estremocense programa terá a sua continuidade, como refere.

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