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UÉ com papel preponderante na aprovação da Rota Europeia das Farmácias Históricas e dos Jardins Medicinais

Foi recentemente divulgada a aprovação da prestigiada certificação de Rota Cultural do Conselho da Europa à Rota Europeia das Farmácias Históricas e dos Jardins Medicinais, candidatura na qual a Universidade de Évora, através do Laboratório HERCULES, trabalhou exaustivamente durante dois anos, com a colaboração da Universidade de Valência, entidade promotora.

Em nota enviada à nossa redação, a academia alentejana refere que com vista a criar um percurso único Europeu que liga locais emblemáticos como farmácias monásticas, antigos hospitais e farmácias seculares, bibliotecas históricas, jardins botânicos e medicinais, o Laboratório HERCULES, unidade de investigação da Universidade de Évora, vocacionada para o estudo e valorização do património cultural, através de metodologias das ciências dos materiais, assumiu um papel de parceiro fundador no Aromas Itenirarium Salutis-Rota das Farmácias Históricas e Jardins Medicinais, tendo vindo a colaborar com a Rota, enquanto entidade Candidata a Rota Cultural do Conselho Europeu.

Catarina Miguel, investigadora do Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda da Universidade de Évora e membro do Conselho Científico da Rota, destaca o papel do HERCULES para o futuro desta ação, através do contributo “com projetos nos quais já estamos a trabalhar, um dos quais já submetido ao Interreg Sudue no passado mês, para estudar um conjunto de boticas e hortos medicinais de conventos em Évora, Braga, Galiza, Valencia, Sul de França e ilhas Baleares) com a sua infraestrutura analítica e um grupo de investigadores, para analisar os compostos existentes nas boticas que chegaram aos nossos dias”.

Nos locais que integram a Rota, representados em Portugal pela Universidade de Évora (enquanto parceiro científico analítico) e pelo Museu da Farmácia em Lisboa,  a transmissão de conhecimentos e tradições práticas relacionadas com o uso terapêutico, higiénico, cosmético, ritual, artístico e culinário das plantas medicinais promoveu o diálogo intercultural e inter-religioso ao longo dos séculos. Representa uma vida natural e cultural património que celebra as raízes europeias comuns e promove o diálogo intercultural, a identidade cultural, a coesão e o desenvolvimento humano sustentável. 

“Prevê-se que quando o InterregSudue for aprovado possamos integrar na Rota os Conventos do Paraíso, das Mónicas e de São Bento de Cástris (em Évora), e os Conventos de São Francisco e de Montariol (em Braga). Para além deste projeto, estamos a trabalhar na candidatura de um projeto ao Horizonte 2030 com vista a aumentar a expansão da Rota a outros espaços no território português”, revela Catarina Miguel.  

Atualmente, a Rota Europeia das Farmácias Históricas e dos Jardins Medicinais está representada em onze Países europeus (Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, França, Hungria, Itália, Lituânia, Portugal, Roménia, Espanha e Suíça), centrando-se em áreas tão diversas como a promoção de projetos de investigação e desenvolvimento relativos à salvaguarda, musealização e divulgação deste legado milenar, que serve como fonte inesgotável de memória histórica e diálogo intercultural e inter-geracional; o desenvolvimento de intercâmbios culturais e educativos para jovens Europeus, alavancando quadros como o programa Erasmus+; a documentação e incentivo de práticas culturais e artísticas contemporâneas que preservam e perpetuam este património rico e ancestral; o desenvolvimento de um modelo de turismo cultural que seja sustentável, científico e imersivo, comprometido com a inclusão e acessibilidade universal; e, por fim, a aplicação de todos os itens acima referidos na promoção do desenvolvimento humano sustentável.

A certificação como Rota Cultural do Conselho da Europa confirma a importância e relevância deste projeto na paisagem cultural europeia e é um testemunho da excelente colaboração e cooperação entre os parceiros da rede internacional Aromas Itinerarium Salutis (AIS), nos quais se incluem a Universidade de Évora-Laboratório HERCULES.

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