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Évora: Dino D’Santiago encerra festival Artes à Rua 2022

Foto: Município de Évora

A última semana do Artes à Rua 2022 dá continuidade aos diálogos interculturais que o festival de todas as artes e culturas tem vindo a estabelecer nos espaços públicos de Évora. Pelos diferentes palcos criados na cidade já passaram grandes nomes da música nacional e internacional, espetáculos de artes visuais, performativos, podcasts gravados ao vivo e até um festival de mulheres palhaças.

Até 14 de agosto há mais para ver e ouvir no festival que promete continuar a crescer e fazer aquilo que faz melhor: unir artistas eborenses e de todo o mundo em criações artísticas que respeitem as suas diferenças sociais, étnicas, sexuais, religiosas ou estéticas. Um exemplo disso é a segunda residência artística desta edição que une a jovem música marroquina Soukaina Fahsi e os Cantares de Évora, com direção artística de Carlos Menezes, compositor e músico alentejano. No dia 13 de agosto, às 21h30, este espetáculo, em estreia absoluta, dá expressão a encontros e fusões únicas entre aquelas que são as influências de Soukaina Fahsi – a música tradicional marroquina e as canções dos judeus marroquinos, mas também o reggae, o jazz, o blues e o rock – e o Cante Alentejano, Património Imaterial da Humanidade, que dispensa apresentações.

Nos dias que antecedem esta estreia, passam pelo Jardim Público, pelo Pátio do Inatel e pelo Alto de São Bento, outros nomes de peso aos quais vale a pena prestar atenção. Logo à noite, Club Makumba, um dos mais recentes projetos musicais da cena cultural atual que une Tó Trips (Dead Combo), João Doce (Wraygunn), Gonçalo Prazeres e Gonçalo Leonardo, abre a janela para uma viagem pelas sonoridades do Mediterrâneo e pela África imaginada, para uma música sem preconceitos e sem fronteiras. Antes disso, Susana Travassos apresenta o seu mais recente álbum Pássaro Palavra.

Amanhã, há concerto bem temperado com SAL, a banda que une alguns membros dos extintos Diabo na Cruz – João Pinheiro na bateria, voz e braguesa de Sérgio Pires, baixo de João Gil e guitarras de Daniel Mestre) – aos teclados de Vicente Santos. Uma sonoridade Rock ou Pop-Rock que explora as raízes da Música Tradicional e Popular, procurando um encontro maior com um lado mais eletrónico e atual. De seguida, o artista natural de Buenos Aires, Pablo Lapidusas, apresenta-se num registo a solo com o seu piano, num dos mais icónicos espaços abertos da cidade, o Alto de São Bento.

Quinta-feira, 11 de agosto, é dia de dançar sem parar. Abrem-se as portas e as janelas, enchem-se as ruas e o largo e todos participam no baile da Orquestra do Bairro, feita por músicos de cá e de lá que se encontram para juntos criarem uma sonoridade que cruza modas alentejanas, viras ou chulas com as danças tradicionais europeias e outras formas de expressão em movimento. De seguida, Bateu Matou, o trio de bateristas criado por Ivo Costa (Batida, Sara Tavares), Quim Albergaria (Paus) e Riot (Buraka Som Sistema) mostra que tambores e computadores soam muito bem juntos. O objetivo final é só um: juntar pessoas na pista, no mesmo beat.

Na sexta-feira, 12 de agosto, o incontornável vocalista, percussionista e compositor Emílio Moret, que se celebrizou na lendária formação Septeto Habanero, regressa a Portugal para uma apresentação a não perder. Autor de cerca de 80 temas em mais de 50 anos de carreira, a sua voz cálida e timbre peculiar expressa a autenticidade do Son Cubano, destacando-o como uma das principais vozes soneras. Neste dia, destaca-se também a performance teatral Na Rua.

O penúltimo dia de festival, 13 de agosto, não só acolhe a estreia de Soukaina Fahsi e os Cantares de Évora, mas também o projeto musical Gato Pintor, desenhado para o público infantil por João Monge e Manuel Paulo. E por fim, a 14 de agosto, a noite arranca com Roncos do Diabo, o coletivo português composto por quatro gaitas-de-foles e um bombo e segue com Dino D’ Santiago, um dos grandes nomes no cartaz desta edição. O artista, que é uma das vozes mais aclamadas da música portuguesa no mundo, alia as sonoridades tradicionais cabo-verdianas da morna, batuku e funaná à eletrónica global. A quarta edição do Artes à Rua termina em festa com Scúru Fitchádu, nome artístico de Marcus Veiga, cuja sonoridade afro futurista faz referências diretas à música cabo-verdiana dentro de uma estética punk.

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