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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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“A Igreja Diocesana local não pode ser constituída por um bando de encolhidos”, diz D. Amândio Tomás, Bispo de Vila Real (c/som)

Depois de três semanas de trabalho sobre a família, os participantes no Sínodo dos Bispos propuseram no dia 24 de outubro, no relatório final dos trabalhos, um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente.

O texto agora entregue ao Papa refere que é missão dos padres “acompanhar as pessoas no caminho do discernimento segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo”.

Na conclusão de três semanas de trabalho sobre a família, 178 dos 265 participantes que votaram, aprovaram o número 85, em que se apela a um “exame de consciência” das pessoas em causa sobre a forma como trataram os seus filhos ou como viveram a “crise conjugal”.

O relatório não aborda diretamente a possibilidade de acesso à Comunhão pelos divorciados recasados, que é negada pela Igreja Católica.

Um documento conciliador que congrega as várias visões da assembleia para as apresentar ao Papa, propondo uma nova relação Igreja-Família.

Sobre este tema, a Rádio Campanário falou com D. Amândio José Tomás, Bispo de Vila Real que começou por referir que “a Igreja Diocesana local não pode ser constituída por um bando de encolhidos, mas por pessoas comprometidas que dão, que arregacem as mangas e que trabalhem todos para a mesma causa que é anunciar Jesus Cristo, uma vez que todos somos poucos para o anunciar”.

Questionado sobre se as paróquias são comunidades fechadas e não estão interligadas entre si, D. Amândio Tomás afirma que “apesar do individualismo reinante e crescente, uma situação geral do mundo, naturalmente que também atinge os cristãos que estão no mundo, é preciso libertá-los do egoísmo de girarem à volta só do próprio umbigo, mas também de pensar nos outros, sentimentos de solidariedade e de comunhão”.

O Bispo diz ainda que “todo o Concilio Vaticano II é visto como um mistério de comunhão, uma paróquia não se compreende se não estiver relacionada com outros setores e comunidades da própria comunidade envolvente”.

Todos são fundamentais “sacerdotes e leigos, na renovação da sociedade”, frisa D. Amândio Tomás.

Instado sobre o afastamento dos jovens da igreja, D. Amândio justifica com “a mobilidade humana que levou os jovens para o litoral ou para as imediações das grandes cidades e deixou o interior desertificado, embora haja outros motivos, o que é certo, é que nós, só pela via testemunhal de criar pequenas comunidades fermento, é que podemos atingi-los e envolvê-los nas diversas situações”.

D. Amândio diz ainda que “depois da catequese infantil, já na catequese de adolescência que é fundamental, envolvendo os próprios adolescentes e jovens na construção das comunidades, como elementos protagonistas e autores, envolvendo-os na redescoberta de maneiras e processos de melhor levarmos a mensagem de Cristo a todos”, acrescentando, “as barreiras que os jovens sentem e que há muitas propostas e naturalmente eles sentem-se divididos, mas os poucos que somos temos de com paixão, com ardor, com coragem e com uma nova linguagem nos tornarmos acessíveis e os envolvermos, uma nova linguagem é fundamental, devemos adaptarmo-nos e descermos ao nível deles”, referindo os bons resultados do escutismo, “porque são autores em ação e produzem uma missão nova, aprendem a praticar o bem praticando-o como se aprende a rezar rezando, não é só teoria e prática, por isso a catequese deve ser vivência”.   

 

Recentemente, o Papa Francisco proferiu que, “os tempos mudam e nós cristãos devemos mudar continuamente. Devemos mudar firmes na fé em Jesus Cristo, firmes na verdade do Evangelho, mas o nosso comportamento deve mover-se continuamente de acordo com os sinais dos tempos.”

 

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