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“Ao termos os Castelos aumentam as possibilidades de conduzirmos a requalificação”, diz João Grilo (c/som)

Alguns monumentos do Alentejo passaram para a gestão das autarquias onde estão localizados. Uma Transferência de Competências do Estado Central para as autarquias que a tutela considera primordial para o desenvolvimento dos territórios. Entre os Municípios que aceitaram esta transferência de competências está o Município de Alandroal que, no dia 29 de junho, em Abrantes, o presidente da Câmara assinou os autos de Transferência de Competências de Gestão, Valorização e Conservação dos Castelos do Alandroal e Terena para a autarquia.

A Rádio Campanário falou com João Grilo, presidente da Câmara Municipal de Alandroal, a quem questionámos o que iria mudar com a transferência dos Castelos de Terena e Alandroal para a autarquia e quais seriam as responsabilidades que iriam “recair” sobre o município.

Segundo João Grilo, como resultado desta transferência, “aumentam as responsabilidades do município”, uma vez que são equipamentos que há muitos anos que não registam nenhuma intervenção por parte do Estado Central. A transferência destes monumentos não é vista, pela autarquia, como uma situação negativa, pois “ao termos os castelos do “nosso lado” aumenta a responsabilidade, mas aumenta também as possibilidades de sermos nós a conduzir os processos de requalificação”, acrescenta o presidente.

Estes dois monumentos “são dos ativos mais importantes do nosso território e a sua valorização pode ser um grande fator de atratividade, quer de investimentos paralelos quer de visitantes,” destaca o presidente.

Relativamente ao Castelo de Terena, o presidente da Câmara afirma que “não teve nenhuma intervenção relevante, nos últimos 40 ou 50 anos. Há questões de acessibilidades e de segurança que tem que ser acauteladas e que nos preocupam”. Para que o município possa intervir é necessário desenvolver projetos e “é impossível de um dia para o outro tê-los já feitos.” Ainda sem projetos feitos para requalificar o Castelo de Terena, o presidente adianta que “no caso de terena vamos procurar seguir o modelo que estamos a desenvolver em Jorumenha, ou seja, desenvolver projetos técnicos, candidatá-los a fundos comunitários e depois poder intervir na requalificação.” Relativamente às intervenções que o município vai fazer no Castelo de Terena, João Grilo acrescenta que “tencionamos ainda durante o mês de julho, apresentar um estudo prévio do que pode ser uma intervenção de requalificação do Castelo, da antiga Misericórdia e da criação de um espaço Museológico, ligado sobretudo ao espólio do Endovélico.” Para Terena os objetivos que a autarquia tem, para além das futuras obras de requalificação do Castelo, passam por “investimentos relevantes, para tornar a Vila histórica mais atrativa, quer para visitantes, quer para investimentos privados como âncora para o desenvolvimento da localidade,” finaliza João Grilo.

Relativamente à Fortaleza de Jorumenha, o presidente adianta que “temos cinco milhões praticamente em condições de iniciar a obra, só falta o visto prévio do Tribunal de Contas”. A autarquia já tinha posse do interior da Fortaleza de Jorumenha para fazer a obra, não constando este monumento da Transferência de Competências de Gestão, Valorização e Conservação dos monumentos do município.

No que diz respeito ao Castelo de Alandroal “onde em 2012 já fizemos uma intervenção de requalificação do interior, que hoje, permite que se realizem concertos e eventos é preciso requalificar o acesso à torre de menagem e é preciso criar segurança no caminho de ronda.” Para projetos futuros o presidente adiantou à RC que “é preciso desenvolver um projeto de luminotecnia e está previsto requalificar uma casa que o município adquiriu em espaço museológico,” avançando que “estamos a poucas semanas de lançar esse concurso público, de transformação desse espaço em núcleo museológico.”

Questionado sobre se para além dos monumentos tinham vindo verbas a acompanhá-los, o presidente esclareceu que a transferência “não é acompanhada de meios financeiros. O FAC coloca-nos em vantagem no acesso a fundos comunitários se desenvolvermos os nossos projetos, como tencionamos fazer.”

Em conclusão, João Grilo deixa ainda uma nota, referindo que “os investimentos que foram feitos nos Castelos foram muito poucos e se continuassem na esfera do poder central seriam na mesma lógica,” acrescentando que “chamando a nós o processo, esperamos poder intervir com maior rapidez e com maior eficácia, gerando mais resultados para o desenvolvimento local.”

Ana Veigas/Ana Rocha

 

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