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Sexta-feira, Março 29, 2024

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“É assustador a coincidência do que se passou e do agora, apesar de terem passado cem anos” diz Tiago Salgueiro na apresentação do seu novo livro(c/som e fotos)

Tiago Salgueiro viu hoje concretizado mais um dos seus projetos.

Foi esta tarde apresentado, no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Vila Viçosa, o livro – A RUA DE TRÊS – Memórias da Gripe Espanhola de 1918 em Vila Viçosa  -, da autoria do calipolense. 

Trata-se de um projeto projeto de investigação baseia-se sobretudo na análise da documentação produzida pela subdelegação de saúde de Vila Viçosa (que se encontra no Arquivo Histórico Municipal), onde foi registado o primeiro caso de Gripe Espanhola no contexto nacional, em maio de 1918, assim como na recolha de testemunhos sobre o que permaneceu na memória coletiva dos Calipolenses relativamente a este tema.

A Rádio campanário esteve presente no lançamento e falou com Tiago salgueiro que referiu à nossa reportagem que o primeiro caso de gripe espanhola foi detetado aqui, em maio de 1918, precisamente  ” pelo Sub Delegado de saúde de então, o Dr. Couto jardim; é depois trocada documentação com o Dr. Ricardo Jorge, à data Diretor Geral de Saúde e toda esta documentação está no arquivo municipal, em Vila Viçosa.”

Segundo nos adiantou o autor, no âmbito de outras pesquisas que o próprio estava a desenvolver ” encontrou toda esta documentação e já em plena pandemia de covid 19 acabei por avançar para esta investigação ” acrescentando ” eu acho que é curiosa porque relata efetivamente, através de documentos que são orginais, aquilo que se passou aqui nesse período.”

Em Maio de 1918, um trabalhador que se encontrava em olivença mas que sendo calipolense regressa a casa com sintomas e rápidamente se deu o contágio. De acordo com o autor do livro hoje apresentado “esse contágio era inicialmente benigno no entanto em outubro desse mesmo ano, uma variante da doença, acabou por ser devastadornas freguesias urbanas e nas freguesias rurais.”

Questionado pela Rádio Campanário se, nas pesquisas efetuadas encontrou muitas semelhanças com a realidade que vivemos hoje, Tiago Salgueiro refere ” é quase assustador, há uma coincidência enorme daquilo que se passou e com o que se passa, apesar de terem passado quase cem anos. especificando que ” o distanciamento social, cancelamento de feiras, criação de hospitais de campanha, tudo isso foi feito naquela altura, tal como hoje.”

” É curioso perceber o que ficou na memória local daquela altura e entrevistei várias vezes, especialmente em S.Romão, que tiêm uma memória muito viva do que os pais lhe contaram naquela altura”, referiu o autor.Tiago Salgueiro, relativamente a este livro e aos apoios conseguidos, referiu ter-se tratado de um investimento a nível de edição foi  particular mas sublinhou que para ele “o mais importante era que o projeto não ficasse na gaveta.”

Por último, a Rádio Campanário questionou o autor do livro, se nos seus projetos estava pensado um livro sobre a pandemia de covid 19. Tiago Salgueiro respondeu “Acho que é preciso haver um distanciamento histórico para se tentar perceber o que é que realmente aconteceu. pode ser que daqui a 100 anos venha algum outro investigador olhar para este período em particular.”

 

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