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Quinta-feira, Abril 18, 2024

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“Mais que um avião, este projeto é potenciador para a criação de riqueza para Portugal e para o Alentejo”, afirma Ministro da Ciência (C/SOM)

Como a RC noticiou, o Programa ATL-100 promovido pelo CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto) e pela DESAER (Desenvolvimento Aeronáutico), vai centrar na cidade de Évora o desenvolvimento, fabrico e operação de uma nova aeronave ligeira, criando em cinco anos 1.200 postos de trabalho qualificados. O projeto foi apresentado na tarde desta sexta-feira no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, e contou com a presença da Ministra da Coesão Social, Ana Abrunhosa e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

Em declarações aos jornalistas, Manuel Heitor considerou que este Programa é “um grande desafio”, mas que é também “uma grande oportunidade” e frisou que “temos de olhar para as oportunidades, sobretudo no momento que atravessamos”.

“A aviação vai sofrer grandes alterações em todo o Mundo e por isso projetos de nicho [de mercado] são o futuro e este é um projeto de nicho sobretudo num contexto onde sabemos que o futuro da aviação tem que ser a aviação leve e verde”, salientou o Governante.

Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, este projeto “tem todas as características para se posicionar hoje no contexto europeu e no contexto mundial como um projeto de futuro. Obviamente que é um desafio, em termos de capacidade humana, de capacidade científica, mas também o percurso do CEiiA e da sua relação com a EMBRAER e com a DESAER dá-nos a credibilidade de que é possível avançar com este projeto, porque não parte do zero, tem 10 anos de trabalho e de experiência, com resultados assumidos e isso é muto importante”.

Manuel Heitor frisa que “isto não é uma aventura”, mas sim “um projeto com 10 anos de história que vai entrar numa nova fase, que pode alavancar novas oportunidades e que vai criar mais de mil postos de trabalhos e, sobretudo, facilitar para Portugal o desenvolvimento e a valorização de produtos de maior valor acrescentado, para criar mais riqueza”.

Questionado se as universidades portuguesas estão preparadas para um desafio deste género, o Governante exclamou que “claro que sim”. Contudo, esclareceu que “isto não é um projeto universitário. Este é um projeto de alta-tecnologia, que envolve sobretudo pessoas formadas”.

“O papel principal das universidades é formar pessoas e isso nós sabemos fazer em Portugal. O que é novo neste projeto é toda a industrialização e a comercialização de um serviço novo de aviação leve, com baixos impactos de pegada ecológica e isso é verdadeiramente novo, mas é sobretudo um programa de alto conteúdo tecnológico e importante empregador de talento e de criação de riqueza”, esclarece Manuel Heitor.

O Ministro sublinhou ainda que “a crise tem que nos dar lições e não é só a nível sanitário. É sobretudo a nível económico e a crise atual veio chamar-nos a atenção que precisamos de produtos novos para o futuro e um desses produtos são os aviões de futura geração. Daqui a dez anos, temos de usar esses aviões e este projeto pode posicionar-se exatamente nesse nicho de mercados. E mais que um avião, é uma parte forte de serviços associados ao desenvolvimento de uma indústria particularmente potenciadora da criação de riqueza para Portugal e que pode vir a ser desafiante para o Alentejo”.

O Programa ATL-100 foi criado pela DESAER, que trabalha nele já há alguns meses com o CEiiA, e está preparado para o transporte de passageiros até 19 pessoas e carga até 2,5 toneladas. Além disso, é multi-configurável para maior flexibilidade na logística de passageiros e mercadorias. O seu desenho foi pensado para que tenha menos custos operacionais e maior sustentabilidade do que tem sido o habitual neste tipo de aeronaves, prevendo mesmo a evolução para plataforma neutra em carbono.

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