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Terça-feira, Março 19, 2024

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Ministros da Admin. Interna e Educação disseram, em Elvas, que neste ano letivo as forças de segurança são fundamentais, mas “não é possível as praxes coletivas” (c/som e fotos)

O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, acompanharam na manhã de hoje uma ação de sensibilização por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP) na Escola Básica Nº2 de Elvas, no âmbito do projeto “Escola Segura”.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em declarações aos jornalistas referiu a importância da aposta na “normalidade das nossas vidas” no regresso à escola presencial.

Eduardo Cabrita, sobre o projeto “Escola Segura” afirma que “é há muitos anos uma componente essencial de um trabalho que é de todos, que é da comunidade escolar, que é das forças de segurança e que contribui para um sentimento que está na mão de todos nós, que nos permitiu conquistar um dos maiores ativos do país: sermos considerados o terceiro país mais seguro do mundo. Esse desígnio de ver Portugal como um dos países mais seguros do mundo, ganhou agora uma nova dimensão. A segurança tem esta dimensão de saúde associada a si e é fundamental e a escola é essencial. Nós temos neste momento uma grande ação das forças de segurança que sempre foi fundamentalmente pedagógica”.

Eduardo Cabrita, falou sobre os estudantes do ensino superior, referindo que “as tradicionais praxes este ano têm de ser outra coisa e, portanto, não é possível o tipo de práticas coletivas para a saúde dos próprios e para a saúde dos amigos, da família e da comunidade. É neste esforço que as forças de segurança são uma parte também da comunidade educativa”.

Questionado se irá existir alguma fiscalização sobre as praxes, esclarece que “adotamos medidas que provam a autoridade de Estado, sem nunca haver abuso de autoridade”.

“Não está em causa a autorização de praxes, elas não dependem de um processo de autorização. Eu diria que as regras sobre ajuntamentos e as regras sobre saúde aplicam-se às praxes. O apelo que fazemos em primeiro lugar é ao sentimento de responsabilidade dos estudantes para segurança dos próprios, para segurança dos amigos, para segurança das famílias, para segurança da comunidade”, frisa.

Sobre a sua presença em conjunto do o ministro da Educação nesta ação conclui que “o projeto «Escola Segura» é um projeto que tem cerca de 15 anos, nos últimos anos ganhou uma nova dimensão, é um dos melhores exemplos a nível europeu de segurança de proximidade porque exige um grande envolvimento de todos. É fundamental para as forças de segurança esta pedagogia feita com jovens de 12/13 anos e é fundamental este sentimento que se constrói em ações como esta de confiança dos portugueses nas suas forças de segurança que é um elemento essencial para este grande ativo de sermos um dos países mais seguros do mundo. (…) O que temos aqui é um novo desafio de dar prioridade à vertente de saúde. É isso que foi construído na preparação do ano letivo, fundamentalmente pelo Ministério da Educação, mas com uma colaboração muito próxima daquilo que é a nossa área de intervenção pelas forças de segurança”.

 

Por sua vez, Tiago Brandão Rodrigues, falou também sobre o projeto “Escola Segura” e a sua importância em “coadjuvar os trabalhos das direções das escolas e das autarquias”.

Questionado sobre a preocupação de alguns encarregados de educação relativamente às aulas de Educação Moral e Religiosa, que agregam alunos de diferentes turmas, o que neste ano letivo diferente vai conta a regra de cada turma ser uma “bolha”, o Ministro da Educação afirma que “as regras têm de ser cumpridas (…) Essa é uma questão central: cumprirmos em todas as ocasiões o distanciamento físico e podermos coadjuvar com as máscaras e com o nosso comportamento e em sala de aula, independentemente da configuração da mesma, temos trabalho para maximizar espaços e hoje os diretores já vieram dizer que mesmo nesse caso particular da Educação Moral e Religiosa isso também acontece, porque as turmas são muito pequenas, eles têm escolhido espaços grandes, o que faz com que mesmo na eventualidade de termos mais que uma turma estão suficientemente afastados”.

Desta forma, explica que o facto de haver turmas juntas na mesma sala nesta disciplina não é assim em todo o país, mas onde é necessário que aconteça garante que “sabemos que os diretores têm consciência da importância de manter as bolhas e, nesse sentido, sabemos que existe nessa disciplina uma única hora por semana e tem havido todos os cuidados para que todas as regras possam ser cumpridas e que o efeito bolha de cada uma das turmas também possa ser cumprido”.

Sobre o trabalho feito pela escola que visitava em Elvas e a experiência até agora, devido à COVID-19, conta que “nesta escola, assim como em muitas das escolas do Alentejo e do país tem havido uma preocupação refinada no cumprimento das regras. As escolas tiveram a oportunidade de ter uma experiência no final do ano letivo passado com a abertura das aulas para o 11º e 12º ano no dia 18 de maio e depois também a reabertura dos jardins de infância no dia 1 de junho. Essa experiência foi extremamente importante para alicerçar todos os protocolos para que a tal prevenção pudesse ser feita e para que todo o trabalho dentro da escola, na periferia, também na articulação com as autarquias e neste caso com a autarquia de Elvas, pudesse ser feito para que os alunos nos digam que é difícil estar aqui, que estão apreensivos porque esta é uma nova realidade, mas que não sentem medo e que esse receio os ajuda a estar sempre alerta para o cumprimento da regras”.

“É importante o ensino presencial, nada substitui o ensino presencial. Por muito que em determinado momento tenha sido necessário passar para o ensino à distância, todos sabemos que temos que voltar à escola, pela literacia das nossas crianças e jovens, pela sua saúde física e pela sua saúde mental”, enaltece.

Porém, apesar de até ao momento tudo estar a acontecer de forma calma e dentro da normalidade possível nas escolas, existem alguns pontos menos positivos.

Contudo, o Ministro da Educação frisa que “em todo o trabalho que temos feito ao longo destes últimos meses pudemos, por um lado, reforçar os recursos humanos nas nossas escolas: são mais 3.300 professores que estão este ano nas nossas escolas, temos cerca de 900 técnicos de intervenção, as escolas puderam suplementar o corpo técnico de intervenção, temos mais psicólogos, mais mediadores para poderem trabalhar neste programa pessoal, social e comunitário e para diminuirmos a possibilidade de insucesso e abandono e, por outro lado os assistente operacionais, neste últimos anos reforçámos as nossas escolas com 6 mil assistentes operacionais. Recentemente tivemos mais 500 operacionais a chegarem às escolas e foi anunciado um reforço de 1.500 assistentes operacionais. Temos mais assistentes operacionais nas nossas escolas do que nunca. Sabemos que esta é uma ocasião especial onde o seu papel também é reforçado. (…) Uma das preocupações dos diretores é que existiam nalguns agrupamentos de escolas uma percentagem de assistentes operacionais que por baixa médica ou por outro sistema de proteção não estavam na escola. O que fizemos foi a criação de bolsas de substituição rápida, que faz com que neste momento os racius estejam a ser cumpridos, porque ao existirem estas bolsas de substituição no prazo de 10/12 dias se um determinado assistente operacional ou técnico não está na escola, pode ser rapidamente substituído e isso é extremamente importante”.

Quanto ao balanço do ano letivo até ao momento, afirma ser “positivo”.

“O ensino-aprendizagem está a acontecer nas nossas escolas, os alunos e as suas famílias dão como muito positivo este regresso, os professores têm podido desenvolver com todas as condicionantes que existem o ensino e a aprendizagem e o que existe é um trabalho de adaptação constante. Todos nos temos de adaptar e ir corrigindo o que terá de ser corrigido”, conclui.

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