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Quarta-feira, Abril 24, 2024

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“Não há condições para o Natal de 2020 ser igual ao dos anos anteriores” diz Presidente da Câmara de Estremoz (C/SOM)

A Rádio Campanário este em entrevista com o Presidente da Câmara de Estremoz,  Francisco João Ameixa Ramos, onde foi discutida a situação do concelho relativamente à inclusão nos concelhos de risco elevado e do impacto económico na região, a visão do edil sobre as novas medidas restritivas decretadas pelo Governo e uma previsão de como será vivido o Natal em contexto de pandemia.

Estremoz integra os concelhos de risco elevado de contágio de Covid-19, o que se traduz para uma realidade de restrições de circulação entre concelhos nos próximos dois fins de semana, como também um recolhimento obrigatório a partir das 23:00 horas. Questionado acerca da maneira como estas restrições danificam o concelho e a vida dos seus munícipes, o presidente alega que “de facto, isto traz algumas limitações, designadamente o recolher obrigatório a partir das 23h00 até as 05h00. Não me parece que [que esta medida] seja muito relevante, tendo em conta que nesta altura do Inverno, com a chuva e o frio, a generalidade das pessoas já estava recolhida a essa hora. No entanto, quem tem que trabalhar, continua ter justificação para o fazer, e não é essa situação que vamos considerar perigosa para o nosso concelho.”

“Do ponto de vista económico, a situação mais complicada serão os próximos dois fins de semana, uma vez que as regras que foram implementadas à mobilização de concelhos são para o país inteiro. Isso irá ter seguramente repercussões ao nível dos mercados de Estremoz, nomeadamente o mercado de Sábado, uma vez que os vendedores apenas irão poder contar com os compradores do nosso concelho,” explica o edil.

O mercado de Sábado em Estremoz é um dos grandes centros de compras para os residentes e das comunidades à volta da cidade, “por essa razão, eu antevejo dois mercados [de sábado], relativamente fracos para a economia local com o efeito multiplicador que os mercados sempre têm,” elucida o presidente.

Francisco Ramos, relça que “neste momento, o bem jurídico de maior importância é a saúde e a vida das pessoas. Temos que compreender que é necessário o combate a esta pandemia, tendo que se respeitar as regras que foram previamente definidas pela Direção Geral de Saúde.” E asegura que “que só cumprindo essas regras é que nós conseguiremos vencer esta batalha.”

Perante a realidade de ainda não se ter avistado um “achatamento” da curva de infeções por Covid-19, como se previa que as medidas restritivas fossem trazer, foi questionado ao edil a sua opinião referente à eficácia das medidas aplicadas concelho a concelho.”Os resultados que vêm ao de cima em termos estatísticos mostram que o achatamento da curva não está a ser conseguido, razão pela qual as medidas que estão implementadas neste momento, ou são insuficientes, ou não estão a ser eficazes, realça o presidente Francisco Ramos.

“Outras medidas, nomeadamente, termos o país a “quatro velocidades”, eu tenho muitas dúvidas em relação a elas porque eu entendo que o vírus não tem fronteiras.”

“Mas também seria incapaz de lhe dizer quais seriam as medidas adequadas para que essa redução de contágios Covid pudessem ser minorados, mantendo a economia do país, que se for mais afetada tornar-se-á numa outra pandemia que terá efeitos muito complexos.” alerta. “Estou convencido que estas medidas terão que produzir alguns resultados, nomeadamente as que provêm da DGS. Medidas como a desinfeção das mãos e o uso de máscara, têm que estar interiorizadas em todos nós,” conclui o edil.

Referente às medidas focadas por concelho, o presidente de Estremoz adota um tom mais cético. “Outras medidas, nomeadamente, termos o país a “quatro velocidades”, em função daquilo que é a realidade de cada concelho, eu tenho muitas dúvidas em relação a elas porque eu entendo que o vírus não tem fronteiras. 

O Presidente alerta para as repercurssões se os portugueses baixarem a guarda. “Essa ideia de que há um conjunto de concelhos onde a situação está perfeitamente controlada e normalizada, poderá ser uma falsa realidade que a todo o momento se pode reverter. Por essa razão, eu acho que não se deveria baixar a guarda em nenhum dos concelhos,” explica o edil.

O Presidente Francisco Ramos acredita que “há um conjunto de medidas que deveriam ser transversais a todos os concelhos, como forma de interiorizar no espírito de cada um de nós, a exigência da responsabilidade e da gravidade da situação. Assim, talvez se conseguissem resultados mais eficazes.”

Confrontado com a hipótese de ter que preparar o seu Município e a sua população para um Natal confinado, o edil esclarece que “acho que os portugueses são pessoas inteligentes e documentadas, e acho que toda a gente está a acompanhar a situação atual. E toda a gente percebe que este combate não se vence de um dia para o outro.”

O Presidente acredita que a vacina será a maneira mais rápida de voltar tudo à normalidade, no entnato, explica que “até à existência e implementação de uma vacina na generalidade das pessoas, ainda irá demorar algum tempo. Esta é a razão pela qual todas as pessoas têm no seu íntimo a convicção de que o Natal de 2020 não pode ser igual ao dos anos anteriores. Porque não estão realizadas ainda as condições para que isso possa acontecer.”

“Nós vivemos num país evoluído, e perante essa situação estou convencido de que toda a gente percebe temos de continuar a lutar no dia a dia contra esta pandemia. Com certeza teremos um Natal e uma passagem de ano com restrições significativas e que serão compreendidas por todas as pessoas,” finaliza o edil aos microfones da RC.

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