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Quinta-feira, Março 28, 2024

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“Não há nenhum partido totalmente católico, sugerimos aos cristãos que entrem na política e levem os partidos a fazer opções mais humanas” diz Arceb. Évora (c/som)

O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, em declarações à Rádio Campanário, fala sobre os partidos políticos que existem em Portugal neste momento e a sua relação com a religião cristã.

Questionado se neste momento em Portugal existe algum partido que tenha um perfil em que os cristãos se enquadre, D. Francisco Senra Coelho refere que “não há nenhum partido católico”.

Porém, afirma que “podemos dizer que em cada partido deve haver um programa, infelizmente alguns partidos populistas quase não têm programa ou o seu programa é pobre, porém todos têm programa, mas há aspetos que o católico deve ver nos programas, por exemplo, a pena de morte, a xenofobia, a castração para os criminosos dito pedófilos. São fenómenos que não são compatíveis com a dignidade da pessoa humana e com a doutrina social da Igreja, como o respeito pela vida, o respeito pela vida desde o primeiro momento da sua conceção até à morte natural”.

“Não temos neste momento nenhum partido que possamos dizer que é católico”, frisa.

O Arcebispo de Évora refere apenas que “o que os católicos têm de discernir é que tudo o que significa totalitarismo (…) todas as forças de totalitarismo de extrema direita e extrema esquerda não são próprias para um cristão, porque aí põe-se em causa o direito à liberdade de consciência que é algo essencial da pessoa humana e que o cristão defende porque a liberdade é um dom de Deus inalienável e o totalitarismo é o Estado sobrepor-se à pessoa”.

Sobre a relação que entre a Igreja e a política, explica que “a Igreja deve esclarecer os cristãos para eles escolherem bem e não interferir na sua escolha. Há partidos que têm, por exemplo, uma componente social muito boa no sentido de solidariedade fraterna, de opção pelos mais pobres, de políticas sociais que apreciamos muito evangelicamente, mas têm por exemplo no seu programa a defesa do aborto, a defesa da eutanásia, entre outros”, dando como exemplo o Governo atual.

Fala ainda de “outros partidos que são defensores da vida, que são defensores da família, mas têm correntes do liberalismo económico que gera desigualdades”, dizendo “por exemplo” o CHEGA.

“Nós esclarecemos os cristãos. Cada cristão como pessoa maior na sua idade deve saber fazer as suas escolhas. Sempre que existam radicalismos é perigoso, significa que se tem medo de alguma coisa e se acelera a violência da reivindicação ou da afirmação, porque no fundo isso é o radicalismo. (…) O que sugerimos é que cada cristão entre na política, cada cristão dentro do possível participe na cidadania e leve os valores cristãos e tente fermentar o partido por dentro com os valores cristãos e leve o partido a fazer opções no sentido da humanização porque o cristianismo termina sempre na humanização”.

Reforça ainda a ideia de se ser cristão pelo mundo e não “somente na Igreja”.

“Não podemos ter um cristianismo somente de Igreja e de sacristia e precisamos de viver para a comunidade, ter grupos corais, ter catequistas, mas é necessário que lá estejam os que são precisos, a maioria dos católicos não são chamados a fazer parte de confrarias, a ser ministros da comunhão, são chamados a andar no mundo e aí fazer o seu trabalho. (..) É necessária uma consciência e uma atividade de fermento e sal dentro dos próprios partidos e das associações porque o associativismo é muito importante”.

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