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“O mais relevante foi trabalhar para salvar vidas humanas, nada podia ter corrido melhor na gestão dos recursos nesta situação descontrolada,” diz José Calixto (c/som)

A 18 de junho um surto de COVID-19 surgiu no Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), levando a que mais de cem pessoas, quer do lar, quer da comunidade ficassem infetadas com o novo coronavírus e levando ao óbito de 18 pessoas.

Atualmente, são 16 os casos ativos e há já 24 dias que não existem novos casos na região, estando a quatro dias de se considerar o surto resolvido. Segundo a autoridade de Saúde Pública considera-se que um surto está extinto após 28 dias sem novos casos positivos COVID-19 relacionados com as cadeias conhecidas.

Em entrevista à Rádio Campanário, o presidente do município, José Calixto, fala sobre a transferência de utentes infetados para uma instalação de retaguarda num dos pavilhões do Parque de Feiras e Exposições de Reguengos de Monsaraz.

Sobre a transferência dos utentes explica que houve “um debate o HESE [Hospital do Espírito Santo de Évora] considerava que se fosse um hospital de campanha teria de estar próximo do hospital e teria de ser em Évora, se fosse uma instalação de retaguarda seria em Reguengos. Foi então decidido que deveria ser uma instalação de retaguarda que tivesse cuidados médicos e de enfermagem adequados, determinados pela autoridade de saúde pública e pela ARS do Alentejo e foi isso que a Proteção Civil Municipal executou”.

Foi então no dia 03 de julho que foi feita esta transferência dos utentes do lar para a instalação de retaguarda. Sobre o pavilhão o autarca garante que “tudo foi feito para o bem-estar dos utentes estar assegurado”. Desta forma, o espaço estava equipado com “climatização, com a existência na zona das camas de televisor que pudesse dar algum conforto adicional, com zonas de banho e casas de banho dimensionados para mais de 60 utentes, com um refeitório e uma zona exterior onde pudesse sair do espaço com toda a segurança”.

José Calixto reforça assim que “não se trata de um hospital de campanha porque foi decidido que isso não faria sentido”.

Relativamente ao atual estado de saúde dos utentes, conta que “esperamos ansiosamente a cura da totalidade dos utentes que ainda estão no pavilhão”.

“Este lar tem uma utente há mais de 40 anos, tem várias/os há mais de 20 e tem um em cada quarto que está lá há mais de 10 anos. É uma instituição que está no centro da cidade e que se vai reerguer. O mais importante não é quem é o presidente do conselho de administração, o mais importante é não estigmatizar esta instituição que há mais de 50 anos ajuda as famílias”, frisa.

Para o edil reguenguense os funcionários e o pessoal técnico do lar da FMIVPS “foram autênticos heróis nesta fase”.

“Recordo que a instituição no momento a seguir à eclosão do surto ficou sem nenhum pessoal operacional. Entre os que testaram positivo e os que ficaram de quarentena ou isolamento profilático, se restaram cinco pessoas é muito pouco num corpo operacional próximo dos 50”.

Para ultrapassar os momentos iniciais e mais complicados do surto, José Calixto afirma que “a única de forma de ultrapassar esta grave crise foi utilizar o regime de prontidão da instituição militar que em poucas horas meteu várias dezenas de operacionais a ajudar-nos no terreno. Temos de ter a capacidade e a serenidade de pensarmos soluções e penso que nada poderia ter corrido melhor em termos da gestão dos recursos que tínhamos de ter numa situação que estava descontrolada. O concelho de Reguengos de Monsaraz teve três instalações de retaguarda ativas ao mesmo tempo. Tivemos os negativos numa instalação da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz e tivemos em São Marcos do Campo uma sociedade recreativa a acolher outros isolamentos”.

“O mais relevante foi trabalhar para salvar vidas humanas”, termina.

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