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Sexta-feira, Março 29, 2024

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“O respeito pelo património é a perceção do que fazemos; a nossa ação valoriza o legado” diz o Arquiteto Manuel Aires Mateus (c/som)

A Câmara Municipal de Alandroal realizou hoje a apresentação pública do Plano de intervenção de Terena.

Coordenado pelo Arquiteto Manuel Aires Mateus, presente na cerimónia de hoje que decorreu na Igreja da Misericórdia de Terena, assim como João Grilo, Presidente da Câmara Municipal de Alandroal, com Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional de Cultura do Alentejo, e com Sérgio Mah, especialista em curadoria e programação cultural, esta apresentação pública referenciou as intervenções previstas para Terena.

Recorde-se que, tal como a Rádio Campanário, noticiou recentemente, a Câmara Municipal de Alandroal, recebeu recentemente por Transferência de Competências do Estado Central, o Castelo de Terena e já à data, João grilo tinha referido “tencionamos ainda durante o mês de julho, apresentar um estudo prévio do que pode ser uma intervenção de requalificação do Castelo, da antiga Misericórdia e da criação de um espaço Museológico, ligado sobretudo ao espólio do Endovélico.”

O Arquiteto Manuel Aires Mateus começou por explicar que “para este plano de intervenção de Terena há 3 intervenções fundamentais: uma é a recuperação da Igreja da Misericórdia de Terena, antigos Passos do Concelho, que assenta em recupera-la para todas as possibilidades de uso”, acrescentando que “gostaríamos de ter aqui um local de apresentação, a partir da Igreja, para pequenos concertos, um pequeno auditório, um lugar de discussão, e o objetivo é estruturar este edifício para isso.”

Após a construção de todos estes novos espaços, segundo o arquiteto, será possível “trazer ligações a universidades, trazer estudantes, trazer investigadores no território, o aspeto da logística da arqueologia será também um dos polos fundamentais”.

O objetivo desta intervenção passa pela “contribuição para uma recuperação deste lugar de Terena,” que possa atrair tanto visitantes como turistas de forma a dinamizar a vila de Terena.

Relativamente às futuras intervenções no Castelo de Terena, o arquiteto refere que este é “um monumento nacional extraordinário, em muito bom estado e, portanto, as intervenções que nós vamos fazer são mínimas, “ acrescentando que passam por “corrigir uma ou outra intervenção menos permanente que está feita junto à entrada, e fazer a ligação à outra porta, chamada porta da traição, que está tapada.” 

O principal objetivo é voltar a abrir a passagem pela porta da traição, de forma a que seja possível realizar um percurso dentro do centro histórico, ou seja, no fundo para que se possa entrar pela porta principal e se possa sair pela porta da traição, permitindo assim uma deslocação mais fácil dentro do centro histórico.

Segundo o arquiteto “temos que ter outro nível de acessibilidade, pois não queremos “massacrar” a terra com esta acessibilidade e, portanto, é necessário liga-la ao outro lado, no fundo, descer a encosta para poder vir a ter autocarros, escolas, coisas que são mais pesadas e que não podem massacrar este espaço.”

No que diz respeito ao futuro espaço museológico de Terena, o arquiteto explica que “o museu tem esta ideia de ser uma passagem até ao Castelo, será um monumento muito discreto e um elemento de apoio ao território,” acrescentando que ” é um museu que tem que ter muitas valências.”

“O museu tem que servir para apoiar todo o tipo de manifestações, tem que ter um lugar de permanência e um lugar de exposições temporárias, mas, ao mesmo tempo, gostávamos de ter uma ligação muito clara ao território,” nomeadamente às peças do espólio do Endovélico que, “são muito raras e para as compreender, a maior parte das vezes, precisamos de alguém que nos explique,” refere Manuel Aires Mateus.

O museu será um “eixo de percurso e também de um sistema que permite que cada coisa ganhe o valor da outra,” ou seja, “a terra tem que voltar a recuperar o seu valor a partir do valor do castelo, o castelo tem que ter o valor desta terra, todos ele tem que ter o valor das novas condições que nós pudemos criar, potenciando-se entre elas.”

Sobre a importância deste tipo de intervenções o arquiteto destaca que “o mais importante de um plano como este é fazer ler a condição existente. Essa é a parte determinante do que qualquer coisa que nós vamos acrescentando. O respeito pelo património tem a ver com nós percebermos o que estamos a fazer, e a partir da nossa ação valorizámos o nosso legado.”

 

 

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