Foi sem apoios e em plena pandemia, que a união dos jovens artistas eborenses reavivou a força a João Palma para fazer nascer das cinzas a Associação Cultural PIM, sediada em Évora.
A Rádio Campanário visitou as instalações da sede da Associação Cultural PIM, e falou com o dirigente, João Palma, acerca dos novos projetos que estão em desenvolvimento para uma reestruturação da Associação e da sua programação cultural.
A Associação, mais aclamada pelo seu núcleo de teatro e a sua regular participação na Semana dos Palhaços, fundou-se em 1995, sendo que se encontra sediada na antiga escola primária de São Bento, em Évora, desde 2000.
João Palma, revela que ao longo dos anos a Associação foi perdendo os apoios que tinha, ora pela crise financeira em 2009, que fez a Câmara de Évora retirar os seus apoios, ora pela Direção-Geral das Artes em 2012.
“Desde então que estamos a tentar sobreviver com muita dificuldade. A atividade do PIM Teatro resumiu-se cada vez mais à sua produção teatral e a Associação ficou com a sua atividade bastante reduzida,” confessa o artista.
No entanto, o ânimo de João não se abala pois, “neste momento estamos a tentar renascer das cinzas com uma nova equipa e com muitos amigos de volta desta ideia de fazer uma casa das artes,” revela à RC.
Em plena pandemia, a Associação Cultural procura rejuvenescer e reestruturar-se com o apoio de vários artistas locais e voluntários. João Palma explica que estão neste momento a fazer a reestruturação da equipa, com a formação de vários núcleos artísticos, desde o teatro às artes plásticas, sendo que já são cerca de 12 pessoas a colaborar.
João confessa que, desta casa, que avista Évora ao fundo, ambiciona ver a cidade cheia de vida juntamente com a sua Associação. Pelas suas palavras, “uma incubadora de ideias e criações artísticas” é a meta a atingir para a PIM.
Está em progresso uma colaboração com a Câmara de Évora, e o artista frisa que é de grande importância que a autarquia apoie os movimentos artísticos da cidade, em especial, numa altura em que a cidade se candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027. Nesse âmbito, o artista revela que tem em vista uma colaboração com a coordenação da candidatura.
“Sem ajudas do Estado é impossível para qualquer grupo de artista viver aqui neste interior com população envelhecida. Não é viável, comercialmente, nenhum projeto de artes no interior do Alentejo,” confessa João.
O plano de desconfinamento em Portugal vai ser anunciado no próximo dia 11 de março, revelou o Primeiro-Ministro, António Costa. Face um alívio das restrições e à chegada da Primavera, João revela que está a trabalhar no espaço exterior do edifício da Associação, com vista a fazer a promover atividades ao ar livre, assim que possível.
Neste espaço exterior, está também em construção um jardim de ervas aromáticas, que beneficia de compostagem natural, primazia de um dos colaboradores da Associação.
Em conformidade com a reestruturação da Associação, está também o projeto de transformar o edifício do PIM numa residência para artistas e oficina para outras companhias. Segundo explica João Palma, “podemos oferecer às companhias de teatro ou de outras áreas performativas um espaço ao ar livre, uma sala de ensaios e alguns equipamentos, para projetos. Seja do exterior de Évora ou até do estrangeiro.”
Questionado acerca do futuro da associação numa realidade pós-pandemia, João diz que, “daqui a um ano espero ver esta casa todas as noites animada, com música ao vivo, convívios, workshops e formações, para os públicos mais variados.”
A Associação Cultural PIM está a divulgar todos os avanços deste novo projeto através das suas redes sociais, que poderá ficar a conhecer aqui.
