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Sexta-feira, Março 29, 2024

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Vila Viçosa: “Houve empresas que aumentaram os salários, mas deviam ter feito isso há mais tempo” diz José Marchante (C/SOM)

O Partido Comunista Português (PCP) realizou esta terça-feira, dia 1 de setembro, uma sessão pública na Praceta José Augusto Melrinho Rosado, em Bencatel, para reivindicar que não seja aplicado o corte de 15,2% às pensões dos trabalhadores das pedreiras reformados em 2019, devido ao fator de sustentabilidade, e que tenham o direto a receber o mesmo que os que se reformaram este ano, sem cortes. O Deputado eleito pelo círculo de Évora e Líder Parlamentar do PCP, João Oliveira, marcou presença e falou com as dezenas de trabalhadores das pedreiras.

A Rádio Campanário falou com José Marchante, antigo encarregado da Modimármore, reformado desde 2019 e abrangido pelo corte na pensão do Fator de Sustentabilidade, que afirmou que “não é uma situação justa, porque trabalhávamos na mesma profissão e por uma diferença de quatro ou cinco meses, uns levam cortes nas pensões e outros não e isso está correto da parte do Governo”.

Ainda assim, tem esperança que “as coisas se alterem e que cancelem o Fator de Sustentabilidade. O Governo podia pagar com retroativos, porque vai aumentar cerca de mil euros por quem está reformado há um ano, mas estamos a pensar só na anulação do Fator de Sustentabilidade”.

Questionado como vê atualmente o setor dos mármores, José Marchante referiu que “o setor precisa de jovens para aprender a trabalhar, porque ninguém aprendeu pelo simples motivo que éramos mal renumerados. Um jovem não se vai meter num buraco de uma pedreira a ganhar entre a 600 a 650 euros por mês, quando pode servir à mesa num restaurante e não corre tantos perigos. Os empresários das pedreiras não apostaram na formação e agora estão a sofrer as consequências. Precisam de mão-de-obra e não a têm”.

Apesar de muitas empresas terem aumentado signifiticamente os salários, na opinião do antigo encarregado “deviam ter feito isso há mais tempo. O mármore teve em ascensão há décadas atrás, apesar de ter havido uma altura em que houve mais dificuldades, mas deviam ter apostado em jovens e dar-lhes um bom salário. Ninguém fez isso e agora estão a ir buscar pessoas que nunca trabalharem no setor e não dão rendimento como muitos de nós já reformados”

“Ao longo da vida profissional vai-se sempre aprendendo. Eu, por exemplo, quando saí, com 52 anos, estava a aprender. Aquilo aprende-se todos os dias. Mas são profissões complicadas. Algumas profissões dentro do setor demoram-se a aprender”, salienta José Marchante.

Apesar de estar reformado, José Marchante continua a trabalhar, agora como jardineiro.

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