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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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1,1 milhão de euros para investigação da genética do porco alentejano, ainda assim, Bulhão Martins diz que “é relativamente pouco dinheiro” (c/som)

Os criadores de Porco Alentejano vão investir cerca de 1,1 milhão de euros em investigação, para melhoria genética da raça.

O anúncio foi feito pelo Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, durante a Expomor, em Montemor-o-Novo, no âmbito do Dia do Porco Alentejano.

Este investimento resulta do projeto no âmbito do PDR2020, para melhoramento genético do Porco Alentejano. 

Luís Bulhão Martins, presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano (ANCPA), em declarações à Rádio Campanário, explicou que “é um plano a cinco anos, são 200 mil euros por ano, mas é relativamente pouco dinheiro para assegurar a conservação e progresso da raça alentejana que são os nossos porcos, autóctones do Alentejo”.

O dirigente associativo salienta que essa verba vai ser aplicada “em trabalho técnico que visa melhorar a performance da raça”, com “animais mais eficientes, com tamanhos de peças nobres, as zonas do corpo mais valorizadas e com maior tamanho e maior expressão e melhor qualidade”, prevendo que possa assegurar “um melhor rendimento aos nossos associados criadores de porco alentejano”.

Luís Bulhão Martins acrescenta que a aplicação dos 220 mil euros por ano, serão divididos “por seis mil porcas reprodutoras que há neste momento e pelos respetivos criadores, que são proprietários, mas não é dado diretamente, é dado através de investimento técnico e conhecimento”.

Avança que o estudo genético para o melhoramento genético da raça será feito em parceria com o INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e veterinária) a Universidade de Évora, a Escola Superior Agrária de Elvas, o Politécnico de Portalegre e o Politécnico de Beja.

Sobre a atribuição de uma medalha de ouro à Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Bulhão Martins expressa que é “o reconhecimento do trabalho desenvolvido, são 25 anos de um trabalho muito persistente”, explanando que “quando começamos em 1991, tudo estava por fazer, os nossos vizinhos espanhóis estavam avançadíssimos no Porco Alentejano, que é o Porco Ibérico em Espanha, e nós tivemos que percorrer um caminho enorme, cheio de encalhos, cheio de dificuldades, para chegar até aqui, em que além de termos assegurado a conservação da raça (…) conseguirmos dar-lhe valor económico. Hoje em dia o somatório das produções da Porco Alentejano é um valor apreciável, muito exportado”.

Instado sobre o impacto da produção na economia nacional, diz que representa cerca de 40 milhões de euros, mas que “fica aquém quando se fala da produção do Porco Ibérico em que a produção supera em dez vezes” a produção portuguesa, “os espanhóis têm o setor muito integrado e transformam todas as produções, eles vendem produtos acabados com maior valor do que os que saem da produção e com muito maior impacto económico na Extremadura espanhola, onde se situam a maioria das industrias de transformação e que nos faz uma certa inveja”.

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