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Quarta-feira, Abril 24, 2024

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“A tradição oleira de Redondo não pode perder-se; este protocolo com a UNESCO ajuda a projetá-la” diz David Galego (c/som e fotos)

Integrado nas comemorações do Dia Internacional dos Museus, o Município de Redondo, no âmbito das diversas iniciativas programadas até ao próximo dia 21 de maio, assinou esta tarde, um protocolo, entre a Comissão Nacional da UNESCO e O Museu do Barro, para a criação do Clube UNESCO Olaria Tradicional de Redondo.
Este Clube pretende, entre outras, colaborar com Instituições locais , regionais, nacionais ou estrangeiras nas ações que têm ligações aos objetivos da Unesco assim como encorajar a defesa dos valores proclamados pela UNESCO e contribuir para a promoção do exercício de uma cidadania mais consciente.
A Rádio campanário esteve presente e falou com David Galego, Presidente da Câmara Municipal de Redondo sobre este protocolo. O Autarca começou por nos referir “nós temos um espaço único no trabalho da Olaria de Redondo que são as técnicas de pintura, que aqui nasceram e que foram levadas pelos nossos mestres para outras geografias.”
Trata-se, conforme explica “de uma técnica muito própria de Redondo que, depois da existência da loiça simples, levou a que a área decorativa começasse a ganhar espaço quando o consumo também aumentou, levando a que essas técnicas fossem crescendo e desenvolvidas.”
Tal facto,refere David Galego, levou a que Redondo “começasse a ganhar uma expressão muito grande na forma como faz estes trabalhos, com peças emblemáticas no seu historial, peças únicas e que precisam de ser salvaguardadas para num caminho que ainda pretendemos desenvolver, para que estas técnicas sejam salvaguardas, registadas e reconhecidas.”
Este é um trabalho que envolve vários processos como explica o Presidente da Câmara começando desde logo “pela inscrição das técnicas da decoração da olaria de Redondo na lista de salvaguarda do Património Cultural  Imaterial , que está a ser desenvolvido; mas também esta é uma área que precisa de ser divulgada.”
David Galego esclarece que este protocolo, agora celebrado com a UNESCO, “permite-nos integrar os Clubes UNESCO e partilhar experiências e poder divulgar este caminho da salvaguarda e valorização do nosso património.”
Para o Edil não há dúvidas de que “este é um protocolo muito importante para Redondo, desde logo pelo mérito reconhecido das entidades envolvidas, mas também pela possibilidade que temos de estabelecer parcerias com as realidades dos melhores exemplos nesta área, promovendo algo que é tão nosso e que por isso o queremos tanto salvaguardar.”
O Clube UNESCO adotará a designação de Clube UNESCO Olaria Tradicional de Redondo e terá a sua sede no Museu do Barro.
Este executivo, reforça o Autarca “sempre teve a intenção e é o foco que temos de tentar que esta tradição oleira não se perca no nosso concelho” explicando  “é uma tradição muito rica, chegámos a ter 50 olarias nos anos 50-60 e por isso na raíz da infância trabalhamos esta área, com atividades que estão a ser desenvolvida com os alunos do primeiro ciclo que lidam diretamente com  o barro.”
Para David Galego, se em cada grupo de alunos “conseguirmos de alguma forma cativar dois ou três para que possam ser mais tarde mestres oleiros, já consideramos de alguma forma ter sucesso nesse caminho.”
Está ainda previsto iniciar-se em setembro, um curso para adultos , que terá como objetivo “permitir que quem tenha aptidão e gosto por esta área, possa, não só encontrar ali uma profissão, que é hoje de reconhecido mérito, podendo fazer desta área o seu modo de vida” sublinhando que há hoje em dia um grande mercado de exportação nos pratos decorativos e Olaria.
Uma das atribuições deste Clube é desenvolver programas de formação na área da tradição oleira de Redondo e sobre a questão de trabalhar o barro David Galego realça “a arte de trabalhar o Barro é diferente de local para local ainda assim há analogias que se podem fazer, nomeadamente e a título de exemplo, os Bonecos de Estremoz que têm no entanto a sua identidade própria; em Redondo já começamos a ter alguns ceramistas.”
Para o Presidente da CM de Redondo, o trabalhar o barro vai muito além de “trabalhar o barro pode não ser apenas a olaria tradicional , com os pratos ou outro tipo de loiça utilitária; há uma série de peças que podem ser evolutivas.”
Em jeito de conclusão, o Presidente Redondense diz “é preciso mostrar ao mercado que há um bem que se deve valorizar, reconhecer como de qualidade e única; este caminho já foi feito pelos Bonecos de Estremoz e o nosso foco é fazer o mesmo com a olaria de Redondo.”
“Não querendo ficar fechados no nosso espaço temos que nos associar a elementos que nos podem projetar criando valor económico às peças e atraindo novas pessoas para esta área” refere ainda David Galego.
O Autarca termina deixando um apelo “considero que há aqui uma oportunidade única de algumas pessoas poderem seguir a sua vida profissional numa carreira ligada à olaria e à cerâmica, ao figurado, trabalhar o barro com as suas várias vertentes uma vez que é  um mercado com muita procura e com um enorme potencial de exportação , deixando uma porta aberta” garantindo que o Município está a fazer o seu trabalho preservando e valorizando esta arte.

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