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Sexta-feira, Março 29, 2024

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Alentejano Moita Flores deixa testemunho: “Atingiu-me um raio de uma trovoada, sem trovão, silencioso e rápido”

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Francisco Moita Flores sofreu um ataque cardíaco quando estava a dar autógrafos na Feira do Livro, no domingo, 11, e teve de ser levado de urgência para o hospital, onde foi operado.

O antigo inspetor da PJ e escritor, de 69 anos, que nasceu em Moura, no Alentejo, foi sujeito a uma intervenção complexa no hospital de Santa Marta mas está a recuperar.

Nas suas redes sociais o escritor deixou um testemunho impressionante do que passou. Começa por referir “A VIDA PASSA DEPRESSA E, POR VEZES, REGRESSA LENTAMENTE” acrescentando “já passaram quinze dias. Cheguei à Feira do Livro para começar a minha sessão de autógrafos. Entrei no pavilhão da Leya, bem disposto, que esta Feira é uma Festa, cumprimentei a Francisca, construtora de livros, e…pronto! Acabou-se. Como se fosse atingido por um raio negro de uma trovoada. Sem trovão, silencioso e rápido, como se gostam de apresentar os enfartes mais assassinos.

Nesta publicação, Francisco Moita Flores refere “Dei por mim, quase uma semana depois, no Hospital de Santa Marta. Espantado ao escutar as histórias que vivi enquanto estava morto. – Saiu-lhe o Euromilhões; – Tem de ir a Fátima por uma velinha. Esteve do lado de lá e regressou; – Ponha umas velinhas a Santa Marta quando sair daqui.

“Contaram-me que foi um rebuliço no Parque. Socorristas, médicos que estavam por perto, desataram aos sopapos à morte, espantando-a dali, arrancando-a do meu peito à bruta, mas com precisão. Em Santa Marta, o Professor Fragata e a sua equipa, com a experiência dos sábios, cortaram, costuraram, tiraram daqui e puseram ali, e, por fim declarou: – Está vivo! Eu não sei se ele disse isto, mas contaram-me que o tinha dito” acrescenta.

Quando ganhei consciência, continua Moita Flores “ainda meio pateta, fotografei a ressaca e coloquei nesta página para agradecer à multidão de amigos, enquanto prometia que não daria tréguas àquele Diabo que entra traiçoeiramente pelo coração, que o agarra e quer levá-lo desta para melhor. Hoje publico nova foto, depois dessa refrega infernal. A coisa vai, meus amigos. A coisa vai.”

“Perdi o juízo por uns dias, mas não perdi a memória” refere sublinhando “Nela guardo os espantosos profissionais de Santa Marta. Formidáveis na sua humanidade e dedicação. Custa saber que esta gente, por vezes, é maltratada. São grandes demais para ofensas medíocres. Que Santa Marta os proteja para sempre!E eu resisto. Ainda frágil, mas sabendo que existe mais caminho para andar.O mais fraterno abraço a todos quantos se preocuparam e quiseram saber.”

 

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